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Ronaldinho ofusca Pato em Cingapura
Veterano da seleção olímpica tem atuação destacada, e promessa vai mal no penúltimo jogo antes da estréia nos Jogos
Cingapura 0
Seleção olímpica 3
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A CINGAPURA
O craque que simboliza o
passado recente foi ótimo. Já o
novato que simboliza o futuro
do time brasileiro preocupa.
Com atuação de gala de Ronaldinho, seu maior veterano, e
decepcionante de Alexandre
Pato, o mais jovem do time titular e maior promessa do futebol
nacional, a seleção olímpica
venceu ontem Cingapura, por 3
a 0, no seu primeiro amistoso
na reta final de preparação para
a Olimpíada de Pequim.
Sem jogar há quatro meses e
já com 28 anos, Ronaldinho ficou em campo por 90 minutos,
deu passe de calcanhar para um
companheiro assinalar um gol
e ainda fez o seu no confronto
contra a frágil seleção (127ª colocada no ranking da Fifa).
Fragilidade que não foi explorada por Pato, que vai formar dupla com Ronaldinho
nesta temporada no Milan.
O atacante de 18 anos pouco
foi notado nos 45 minutos em
que ficou em campo -saiu no
intervalo. Na melhor chance,
chutou em cima do goleiro.
Atuações tão diferentes que
se refletiram nas declarações
após o jogo, disputado sob forte
calor e com muita umidade.
Ronaldinho estava exultante.
"Ficava imaginando voltar assim, fazendo gol, dando passe
para gol, ter o privilégio de ser o
capitão. Voltar à seleção dessa
forma foi maravilhoso."
Pato seguiu com seu estilo de
ter a mesma resposta para
qualquer pergunta, quase sempre monossilábico. "Estou feliz,
estou trabalhando forte para
fazer gols e ajudar o time", disse
ele quando questionado pela
Folha se não teve uma boa
apresentação porque sua forma
física ainda não é a ideal.
Demorou 13 minutos para o
Brasil fazer seu primeiro chute
a gol, em tentativa de Pato, defendida com facilidade pelo goleiro do time da casa. Daí para o
placar ser aberto foram mais
sete minutos. Aos 20min, Diego chutou cruzado e rasteiro,
após passe de calcanhar de Ronaldinho, para fazer 1 a 0.
Foi a senha para a troca de
uma atuação burocrática por
lances de efeito, como a tabela
que originou o segundo gol, aos
27min, de Ronaldinho.
No segundo tempo, Dunga
iniciou o batalhão de substituições que havia prometido. Foram três antes de o jogo recomeçar. E o Brasil novamente
jogava em banho-maria, com o
agravante que, desta vez, Cingapura ameaçava, como aos
11min, quando Renan salvou.
Antes dos 30min, Dunga já
havia feito seis substituições. E
a atuação nacional, que era razoável, ficou pior, com Cingapura criando as melhores chances. Sorte de Dunga que sua última substituição deu resultado. Com dez quilos a mais do
que nos tempos em que defendia o Corinthians, Jô marcou,
de cabeça, o terceiro do Brasil.
A seleção embarca hoje para
Hanói, onde faz, na sexta-feira,
contra o Vietnã, seu último
amistoso antes da estréia na
Olimpíada, no dia 7. "O futebol
nos proporciona essas coisas.
Graças ao futebol, a gente pode
fazer as pessoas felizes", falou
Ronaldinho, sobre o fato de o
Brasil jogar agora em um dos
países mais pobres da Ásia.
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