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Foco
Macau ignora Olimpíada, mas utiliza esporte para promover vida noturna
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A MACAU
Em nome da Olimpíada, a
noite de Pequim sofre duro baque. Bares próximos dos locais
de competição serão fechados,
shows musicais, proibidos, casas noturnas terão horário
controlado. Jogos de azar, então, nem pensar.
Enquanto a capital chinesa
respira o espírito olímpico e
esquece a vocação boêmia, outra gigante do território chinês
praticamente ignora a competição que começa em 8 de agosto. Mais: usa o esporte para
promover sua vida noturna.
Delegações de vários países
estão em Macau para a última
etapa de preparação para a
Olimpíada. Os nadadores do
Brasil já dão suas braçadas na
principal piscina da cidade.
Mas as visitas ilustres passam despercebidas, assim como os Jogos Olímpicos.
Há pouquíssimas referências ao evento de Pequim pelas
ruas. Nos últimos dias, faixas
com o dizer "Macau apóia os
Jogos" surgiram em alguns
postes, mas ainda não em número suficiente para se sobrepor às propagandas do jogo do
Chelsea, de Luiz Felipe Scolari, realizado no fim de semana.
Pequenos bonecos das mascotes olímpicas também enfeitam duas praças.
Nem a visita da mais badalada seleção de basquete do
mundo está diretamente associada aos Jogos. O Dream
Team dos EUA joga amanhã e
na quinta-feira em um desafio
contra as equipes de Turquia e
Lituânia. Nada no evento lembra a Olimpíada, a não ser a fala dos jogadores.
A competição acontece no
Venetian Resort. O misto de
hotel, shopping e maior cassino do mundo, que imita a cidade italiana de Veneza, já tem
tradição em associar seu nome
a eventos esportivos.
No ano passado, Pete Sampras e Andre Agassi se enfrentaram nas quadras de tênis do
complexo turístico. A NBA
também fez excursão com partidas e clínicas de basquete. O
Manchester United foi o primeiro a inaugurar uma loja de
materiais esportivos no local e
também já jogou em Macau,
patrocinado pelo Venetian.
Segundo a federação norte-americana de basquete, as
conversas para que os EUA fizessem a aclimatação em Macau começaram no ano passado, antes mesmo de a equipe
assegurar a vaga nos Jogos
Olímpicos de Pequim.
A arena que abriga o desafio
de basquete tem capacidade
para 15 mil pessoas.
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