|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLIVALENTE
Pouco melhor que a Eritréia
BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA
Diretamente de Atenas,
minha prima cretina da
ilha de Creta, Strava Gancia, informa: a cantora lírica Maria
Callas só foi cumprir a profecia
embutida em seu nome no dia
em que bateu as botas.
Pois é, no quadro geral de medalhas o Brasil conseguiu ficar
entre os 25 melhores dos Jogos
Olímpicos. Da Albânia até o fim
da lista, são 127 países sem nem
um bronze sequer para contar a
história.
Mas será que integrantes da
turma dos sem-medalha como o
Principado de Mônaco e o Líbano terão enviado à Grécia delegações tão numerosas quanto a
nossa? E essas nulidades olímpicas por acaso têm equipes de natação, de vôlei ou de futebol patrocinadas por empresas estatais e bancadas pelo dinheiro do
bolso do contribuinte?
Analisando com alguma frieza a relação entre a quantidade
de atletas enviados a Atenas pelo COB, o dinheiro empreendido
no esforço e o número de medalhas obtidas, há de se admitir
que nossa atuação não foi lá
muito mais brilhante do que a
da Eritréia, de Trinidad e Tobago ou da Mongólia, que conseguiram a proeza de conquistar
um bronze cada um.
Texto Anterior: Vôlei: Seleção busca ouro para retornar ao topo e evitar despedida melancólica Próximo Texto: Frase Índice
|