|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Paredão italiano preocupa time
DO ENVIADO A ATENAS
Para completar a "tríplice coroa" do vôlei (Olimpíada, Mundial e Liga Mundial), Bernardinho
tem uma certeza, a de que que sua
equipe precisa ser superior aos
italianos em dois aspectos: no
duelo no meio da rede e no saque.
A conclusão aconteceu após o
mais emocionante jogo da Olimpíada: o Brasil bateu a Itália por 3
a 2 com um tie-break de 33 a 31.
"Teremos que sacar muito bem
e controlar os meios-de-rede [Fei
e Mastrangelo], pois o melhor
bloqueio do mundo é deles", declarou o treinador. "E atuar com
velocidade. Se não jogarmos assim, vamos acabar caindo na armadilha deles. Ainda bem que o
Ricardinho sabe como ninguém
jogar com velocidade."
Atuando dessa forma, a seleção
tem 43% de acerto nos ataques, a
melhor marca da Olimpíada -os
italianos estão com 33%.
Assim, a Itália tentará, com um
saque potente, desestabilizar a recepção brasileira e evitar que o levantador consiga imprimir seu
ritmo, tendo que optar por indesejáveis bolas altas. A equipe européia faz 1,85 ace por set, melhor
performance em Atenas -o Brasil, com 1,65, está em segundo.
O alento para Bernardinho vem
do desempenho de seus especialistas. Escadinha e Dante ostentam, após seis vitórias e uma derrota, a melhor recepção: 64% de
perfeição -a Itália registra 51%.
Os jogadores parecem estar
cientes das preocupações do treinador. "A gente tem que sacar
bem. Os dois meios-de-rede deles
são muito fortes. Se conseguirmos tirá-los [do jogo], temos condições de trabalhar mais no bloqueio", afirmou Dante, maior
bloqueador do Brasil na semifinal
contra os EUA -marcou três
pontos dessa forma.
"Vou ter que jogar muito no saque e no bloqueio. Terei de suar
sangue", declarou Gustavo, principal bloqueador da seleção brasileira na Olimpíada, com média de
0,54 ponto por set.
Mastrangelo, com 0,56 bloqueio
por set, é quem lidera o fundamento na seleção da Itália. Fei estaciona em 0,44.
No aspecto psicológico, o Brasil
entra em vantagem. Ganhou o
duelo épico na fase classificatória
e, há um mês, bateu o adversário
na final da Liga Mundial.
Tudo isso fez o técnico italiano
Gianpaolo Montali afirmar, antes
da semifinal entre brasileiros e
americanos, que ficaria na torcida: "É melhor não encontrar o
Brasil". Só que vai.(LC)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: O personagem: Guru, Giovane cria ritual com pichação para motivar equipe Índice
|