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O PERSONAGEM
Guru, Giovane cria ritual com pichação para motivar equipe
DO ENVIADO A ATENAS
No vestiário, minutos antes
da final, Giovane chamará a
atenção de seus companheiros
da "família Bernardinho".
Apontará para o quadro na parede e assinará seu nome. Será
o sinal para os outros 11 jogadores iniciarem um ritual que
tem sido repetido em Atenas
desde o último dia 15, quando
a equipe estreou na Olimpíada
contra a Austrália.
Um a um, cada atleta caminha até lousa e deixa sua marca. Não só a assinatura, mas
também palavras de estímulo.
"Eles sempre colocam alguma coisa lá. Eu já vi escrito "desistir jamais". E essa tem sido a
cara do time ao longo dos último anos. Nossa equipe está se
recusando a perder", declarou
o técnico Bernardinho.
Força e determinação são as
palavras mais escritas, acompanhadas de frases curtas. O
oposto André Nascimento,
por exemplo, gosta de pichar
um "vamos lá, galera".
"São coisas que a gente fala
no dia-a-dia, como "vamos
nessa", "somos mais fortes que
os outros", "esse ouro é nosso",
que ajudam na auto-estima,
que nos fazem entrar com
mais gana", diz Anderson.
Guru do grupo no campo da
motivação, Giovane era até a
Olimpíada o "guardião da
mandala". Desde o Mundial-02, conquistado pela seleção,
os jogadores desenhavam o
elemento, formado por círculos, representando o caminho
até o ouro -eles completavam um pedaço a cada vitória.
Em Atenas, o time aposentou a mandala e inovou com a
lousa, mas elegeu um outro
objeto como "amuleto": a camisa 5 do meio Henrique, cortado às vésperas dos Jogos.
André Nascimento, seu ex-companheiro de quarto, foi
eleito para zelar pela camisa,
levando-a para todos os jogos.
A tríade de rituais é completada pouco antes do apito inicial. Um a um, os jogadores se
abraçam. "É uma de nossas
marcas, sempre fizemos isso, e
agora não será diferente. Tem
que ter aquele aperto forte, a
gente entra em quadra melhor
ainda", disse Gustavo.(LC)
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