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FUTEBOL
Além do primeiro ouro após 52 anos, vitória rende à seleção o primeiro título em 11
Perfeita, Argentina usa Tevez para encerrar duplo jejum
DO ENVIADO A ATENAS
Um toque esperto na bola. E
Carlos Tevez deixou de ser estrela
para se tornar uma espécie de semideus na Argentina.
Com um gol do atacante do Boca Juniors aos 18min do primeiro
tempo, no Estádio Olímpico de
Atenas, a Argentina bateu o vizinho Paraguai e encerrou dois jejuns: um de 52 anos, outro de 11.
Desde os Jogos de Helsinque-52, o esporte argentino não conquistava uma medalha de ouro
-na ocasião, com Eduardo
Guerrero e Tranquilo Capozzo,
remadores, no skiff duplo. Ontem
ainda o país conquistaria outro
ouro, no basquete masculino.
Além disso, desde a Copa América-93, a seleção principal não
ganhava nada. "É como o nascimento de um filho", disse Kily
González. "Ou até mais. Nunca
senti nada parecido na vida."
"Vitórias são sempre importantes. Mas essa é ainda mais para a
Argentina. Primeiro, porque é no
futebol. Depois, porque é na
Olimpíada. Essas duas coisas, vão
dar muito alegria ao nosso país",
completou Marcelo Bielsa, o técnico, que passou os últimos anos
colecionando fracassos e pressionado para obter bons resultados.
A vitória por 1 a 0 encerrou uma
campanha perfeita da Argentina.
Venceu os sete jogos que disputou, marcou 17 gols e não sofreu
nenhum. E Tevez foi o artilheiro
da competição, com oito gols.
Mas poderia ter sido melhor. Os
erros de finalização impediram os
argentinos de golear.
A exceção aconteceu aos 18min,
na primeira boa chance que teve.
Rosales avançou pela direita e
cruzou à meia altura. Ágil, Tevez
se antecipou ao goleiro Diego
Barreto e desviou para o gol.
O Paraguai então partiu para cima dos argentinos. Resultado:
nervosismo dos dois lados e muitas faltas. Em apenas um minuto,
do 21º ao 22º, houve cinco faltas.
Aos 30min, os paraguaios explodiram. Gamarra, conhecido
no Brasil nos tempos de Corinthians por ser uma zagueiro que
comete poucas faltas, deu uma
cotovelada no rosto de Tevez e levou cartão amarelo. O atacante do
Boca foi novamente atingido aos
36min, dessa vez pelo zagueiro
Mansur, com um pontapé.
A Argentina, porém, manteve a
calma e voltou a criar chances de
gol. E só não ampliou sua vitória
porque Lucho Gonzalez chutou
para cima, aos 42min, uma bola
que Barreto soltou a seus pés.
Os paraguaios, que eliminaram
o Brasil na disputa do Pré-Olímpico, voltaram para o segundo
tempo menos violentos e mais
ofensivos. Logo aos 2min, Torres
exigiu excelente defesa de Lux
após uma cobrança de falta.
A Argentina reagiu e voltou a
dominar o jogo e a perder gols,
com Rosales e Lucho Gonzalez.
Do outro lado, o Paraguai, de
novo, se enervou. Teve dois jogadores expulsos, Martinez e Figueredo. E teve que se contentar com
a prata. Uma façanha local, de
qualquer forma: é sua primeira
medalha olímpica.(FÁBIO SEIXAS)
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