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"Rei da rua" pega vítima clássica
Palmeiras, que tem o seu melhor retrospecto em clássicos estaduais no Nacional, enfrenta o Corinthians, que ainda não venceu seus principais rivais em Brasileiros de pontos corridos
EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians que pega o Palmeiras jamais venceu clássicos
paulistas nos Nacionais de pontos
corridos. O Palmeiras que pega o
Corinthians tem seu melhor desempenho na história contra rivais do Estado em Brasileiros.
É isso que está em jogo hoje, às
16h, no Morumbi, no segundo
duelo entre os dois na edição deste ano. No primeiro, os palmeirenses começaram a construir o
invejável retrospecto contra seus
principais rivais ao vencerem por
4 a 0. Na seqüência, a equipe destronou os santistas pelo mesmo
placar e os são-paulinos por 2 a 1.
Nunca o clube do Parque Antarctica, que comemora 90 anos
de existência, havia derrotado os
seus três principais rivais em uma
mesma edição do torneio.
No Parque São Jorge, quando o
assunto é clássico, o céu escurece.
Desde o início do Brasileiro-2003,
os corintianos não sabem o que é
vencer -foram cinco derrotas e
dois empates. A última vez que
ganhou um clássico foi no Paulista do ano passado ao bater o São
Paulo por 3 a 2 na decisão.
Na fase anterior, conseguiu
também seu último triunfo contra o adversário desta tarde (4 a 2).
"O futebol não tem passado.
Vencemos os três clássicos, mas
dentro de campo zera tudo, as
coisas são mutáveis. Um resultado muda tudo, e a pressão vem independentemente do que foi feito
antes", diz o técnico palmeirense,
Estevam Soares, que deixou o time concentrado desde o fim da
tarde de sexta-feira.
Ele ainda não estava no clube
quando sua atual equipe goleou o
rival no primeiro turno, ajudou a
derrubar o técnico Oswaldo de
Oliveira e afundou ainda mais o
adversário, em crise na época.
"O Corinthians hoje vive um
outro momento, que eu considero muito bom. Essa história de
não ter vencido clássicos não afeta
os jogadores. Eles passaram por
momentos muito piores quando
estavam na zona do rebaixamento e superaram", analisa Soares.
Isso é verdade. Os corintianos,
hoje, respiram mais aliviados sob
o comando de Tite. Deixaram a
zona do rebaixamento e hoje são
candidatos a uma vaga na Libertadores. "Temos de ter orgulho
disso. Nossa equipe é mais madura agora", acredita Tite, que, a
exemplo de Soares, também debuta no Corinthians x Palmeiras.
"Temos de saber que esses jogos
[clássicos] têm uma dimensão importante, mas não podemos nos
inibir", afirma o corintiano, que
elogiou bastante os rivais.
"Toda equipe que chega no patamar do Palmeiras tem como
grande virtude a força do conjunto", disse o treinador.
A base da equipe, até o início da
rodada vice-líder do torneio, foi
montada no ano passado por Jair
Picerni. Atualmente, o clube festeja em seu aniversário a política
"pé no chão" implantada por seu
presidente licenciado Mustafá
Contursi após a saída da multinacional Parmalat, em 2000.
Mesmo sem grande investimento no futebol, o clube não
pensa em grandes parcerias.
Situação bem diferente do arqui-rival, que sonha com a promessa de dólares de um parceiro
estrangeiro que incendiou o clube
politicamente. A empresa MSI
(Media Sports Investments), candidata a controlar o Corinthians,
causa desconfiança entre conselheiros, mas já colocou os pés no
clube. Seu executivo, o iraniano
Kia Joorabchian, dá palpites sobre o time, jantou com Tite e foi
observar o treino da última sexta-feira, no Parque São Jorge, fato
que irritou influentes cartolas.
Hoje, ele estará no Morumbi para o clássico. E, amanhã, aparecerá pela primeira vez em público
com o presidente corintiano, Alberto Dualib, para a primeira coletiva de imprensa da parceria.
Colaborou Paulo Galdieri, da Reportagem Local
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