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FUTEBOL
No reencontro, meia encara ex-time melhor na tabela e ainda tenta justificar o investimento feito pelo São Paulo
Em baixa, Ricardinho revê Corinthians
DIOGO PINHEIRO
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um mês após ser apresentado
como o principal reforço do São
Paulo para o Brasileiro, o meia Ricardinho enfrenta hoje o Corinthians, seu ex-clube, numa situação bem diferente da planejada
pelos dirigentes de seu novo time.
No clássico mais esperado e tenso da primeira fase do Nacional,
às 16h, no Morumbi, os são-paulinos entram em campo num começo de crise -há três jogos sem
vitória- e com antigos problemas que ainda não foram solucionados pelo reforço, como esperava a diretoria ao contratá-lo.
Ricardinho enfrentará ainda a
torcida corintiana, que se revoltou com a polêmica negociação e
vai distribuir reproduções de notas de um dólar com o rosto dele.
Por outro lado, o Corinthians
entra em campo com seis pontos
a mais que o rival na tabela, sem
perder há cinco rodadas e sonhando com a liderança do Nacional. Essa situação confortável
mostra que o time não se desintegrou sem Ricardinho.
Se não bastassem esses ingredientes, sobram ressentimentos
dos jogos entre os rivais no primeiro semestre, com trocas de
provocações e até agressões.
Mesmo como principal personagem de um jogo marcado pela
tensão, Ricardinho tenta demonstrar frieza. "Nada do que a
torcida fizer irá me atrapalhar",
declarou o jogador.
Ele terá ainda de encarar a desconfiança de seus novos fãs, gerada pela irregularidade do time.
"Se o Ricardinho não tiver personalidade, ele pode se abalar.
Afinal, a pressão que ele sofreu foi
muito grande", disse o técnico corintiano, Carlos Alberto Parreira.
Na prática, o rendimento do São
Paulo piorou desde a chegada de
Ricardinho, que amarga o fato de
ver o ex-clube em ascensão.
Com seu novo meia em campo,
os comandados de Oswaldo de
Oliveira perderam três jogos, ganharam um e empataram outro.
Ao contrário do que esperavam
os dirigentes, o clube do Morumbi piora ofensivamente e melhora
defensivamente com Ricardinho,
de acordo com o Datafolha.
Nas partidas em que o meia
atuou, o São Paulo desarmou
mais os adversários. Porém,
quando ele ficou fora, a equipe finalizou mais, com mais qualidade, passou melhor a bola e ainda
deu mais dribles nos adversários.
No Corinthians, a saída do ex-ídolo provocou um efeito contrário. A equipe perdeu em ofensividade, mas ganhou em "pegada".
Na era pós-Ricardinho, o time
de Parreira desarma, dribla e lança mais, além de ter melhorado
em troca de passes.
"Nós mudamos muito a maneira de jogar. No nosso novo estilo
de jogo, continuamos sendo eficientes", afirmou Parreira.
Ricardinho defende mais e ataca menos no novo clube do que
fazia no Parque São Jorge. Hoje,
sua média é de uma finalização
por jogo, contra 2,3 no Corinthians. Antes, fazia 5,8 desarmes
em média. Agora faz 7,4.
Ricardinho também não conseguiu acalmar seus companheiros,
como esperava a diretoria. O time
segue indisciplinado.
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