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OLIMPÍADA
Jogos Sul-Americanos deixam 20 esportes sem verba de ministério, que não tem mais dinheiro para repassar
Ensaio de Pan-2007 estrangula agenda de confederações
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os planos de 20 confederações
esportivas nacionais foram prejudicados pelo fato de o Ministério
do Esporte não ter mais dinheiro
para ser repassado a elas. A principal causa disso foi o redirecionamento de verba do ministério à
organização dos Jogos Sul-Americanos, no Brasil, em agosto.
A competição foi apontada como o trunfo para o Rio ter ganhado o Pan-2007, que por sua vez
alavancaria eventual candidatura
aos Jogos Olímpicos de 2012.
O orçamento anual previsto para o esporte de alto rendimento
era de R$ 7,3 milhões. Os Jogos
Sul-Americanos, garantidos pelo
Brasil após a desistência de Argentina e Colômbia, consumiram
R$ 4,6 milhões. O resto foi usado
em atividades de algumas confederações. Mesmo assim, resta ainda a demanda de R$ 2,7 milhões
da parte de 20 confederações.
A ministério tenta ainda aprovação de crédito orçamentário no
valor de R$ 730 mil, mas que depende da assinatura do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Algumas participações de brasileiros em competições no exterior
e eventos no Brasil já foram descartados por conta da situação.
Há duas semanas, foi anunciado que o Governo liberou R$ 10
milhões para o ministério. Porém
confederações foram aconselhadas a não contar com esse dinheiro. Parte da verba já estaria empenhada, inclusive no pagamento
de contas referentes a 2001.
A Confederação Brasileira de
Ginástica cogita cancelar o Pan-Americano de trampolim, que
custaria R$ 107,7 mil, previsto para novembro, em Brasília, pois logo não haverá mais tempo hábil
para cumprir a burocracia, mesmo que o dinheiro saia.
A Confederação Brasileira de
Desporto Terrestre tem problema
igual. Com o dinheiro que receberia, organizaria o Mundial de punhobol. Há a expectativa de que
sofra punição por não fazê-lo.
O judô será forçado a remanejar
verbas, pois tem duas equipes de
16 atletas que disputarão o Sul-Americano, na Argentina, em outubro, e o Pan, no mês seguinte,
na República Dominicana. Estima-se que os gastos com as duas
competições atinjam R$ 180 mil.
""Acho que remanejaremos o dinheiro da Lei Piva [que iria para
outras atividades"", diz Paulo
Vanderlei Teixeira, presidente da
Confederação Brasileira de Judô.
A Lei Piva institui que 2% do
que for arrecadado pelas loterias
federais seja direcionada ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro.
Outras entidades, como a Confederação Brasileira de Boxe, não
terão como recorrer à Lei Piva.
Apesar de ter selecionado cinco
atletas que iriam ao Mundial feminino, enviará só uma representante, sem técnico, caso a confirmação da verba não saia até esta
semana. Como o boxe feminino
ainda não é olímpico, a CBB não
pode usar o dinheiro das loterias.
Antes de a verba ter se esgotado,
uma das entidades, a Associação
Brasileira de Desporto para Amputados foi beneficiada, apesar de
ainda constar na lista de quem
ainda tem verba a receber.
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