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FUTEBOL
Europenta
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
No maior torneio do planeta, o Brasil ficou à frente da
Alemanha. O assunto não é a Copa do Mundo, e sim a Copa dos
Campeões, o principal interclubes. Segundo a Uefa, são 53 jogadores brasileiros na nobre competição e 51 alemães, que contam
com três clubes na fase final do
torneio. Para se ter uma idéia melhor do que representa isso, mais
de 5% dos atletas da Copa dos
Campeões (a nata do futebol) são
do país pentacampeão.
O Brasil só perde em número de
jogadores no evento para Inglaterra, Espanha e Itália, que contam com quatro equipes na liga, e
para França e Holanda, que possuem três times no torneio e, por
tradição, um "pé-de-obra" bastante qualificado.
O título que a seleção ganhou
neste ano poderia justificar a expressiva presença nacional nos
principais clubes europeus. Mas
isso, curiosamente, não é o que
ocorre (em outros anos, a presença brasileira lá foi até maior).
Só nove dos 23 pentas estão desfilando na maior passarela do futebol de clubes. Exceção feita a
Gilberto Silva, todos os brasileiros
nessa vitrine já figuravam no eldorado da bola antes da Copa.
Mais interessante até do que
constatar agora que cerca de 83%
dos atletas nacionais na Copa dos
Campeões ficaram de fora do
Mundial é ver uma situação não
muito confortável para os atletas
que chegaram ao topo com Luiz
Felipe Scolari há quase três meses.
Ronaldo, artilheiro da Copa, assiste de camarote às brilhantes
atuações de Guti -desde os 2 a 0
na Alemanha, não sai da mídia e
não entra em campo. O atacante
sabe bem a obrigação que terá. Já
declarou não ter desculpas para
não fazer dezenas de gols defendendo o atual Real Madrid.
Rivaldo, estranhamente, está
ainda tímido no Milan. Reconhece que precisa "pensar" (e agir)
mais rápido no futebol italiano.
Nas estatísticas da Uefa, é o segundo atleta que mais chuta para
fora na Copa dos Campeões, torneio em que o Milan vai bem. Nos
últimos dias, até teria rolado um
"caso Rivaldo", desmentido.
Ronaldinho, o terceiro badalado "erre" da seleção na Copa, ainda patina no PSG. Uma mudança
para a Inter poderia gerar uma
segunda "fenomenal" decepção.
Os zagueiros Edmilson, Lúcio e
Roque Júnior, após calarem críticos em junho, temem uma temporada ruim. O primeiro já admitiu
má fase. O segundo não tem evitado a queda de sua equipe, que
até de seis apanhou. O terceiro
pode ficar no estaleiro, já que Simic, Nesta e Maldini prometem a
melhor defesa da Europa.
Cafu mais uma vez experimenta a fúria de torcedores da Roma.
E Roberto Carlos, mesmo mantendo a regularidade no Real, fica
um pouco mais ofuscado no time
de Madri com a chegada de mais
um astro para jogar à sua frente.
Só Dida, que ganhou a titularidade quando a defesa do Milan
parece ter se acertado, e Gilberto
Silva, que chegou humilde a um
time de estrelas e roubou a cena,
estão de fato em alta agora.
Se pensarmos que no Brasil o
São Paulo de Rogério, Kaká e Ricardinho vive escorregando,
Vampeta não está rendendo bem,
Kléberson não foi para o exterior
e caiu de produção, o Grêmio joga
até melhor sem Anderson Polga, e
Marcos já deixou na mão o lanterna Palmeiras, é sensível uma
leve crise pós-penta. Que o digam
o ainda desempregado Scolari e
seus "familiares" que perderam o
emprego -Murtosa e Paixão.
Real Madrid
Com o acordo entre Ronaldo e Traffic, teremos overdose de Real
na TV. Na Copa dos Campeões, a ESPN já prioriza descaradamente o time de Madri. No Campeonato Espanhol, com menos opções,
a prioridade da Band será total. Confira.
Ronaldo
Com o acordo com a Bandeirantes, o jogador aparecerá menos
agora na Globo. Confira.
Copa dos Campeões
Adivinha quem é o favorito? Em Londres, o centro das apostas, paga-se três vezes o investido no Real Madrid. Em seguida, na cotação das bolsas, estão Manchester United e Arsenal (6/1). Juventus,
La Coruña e Bayern de Munique (12/1); Milan, Internazionale e
Valencia (14/1); Roma e Liverpool (20/1).
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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