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FUTEBOL
Argentina x Brasil
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil será o mandante
na quarta, mas a Argentina
ainda vem na frente quando o assunto é retrospecto no clássico.
Diferentemente do que parte da
mídia tem destacado, o confronto
de maior peso do continente não
está empatado. Foram 108 jogos
entre as duas seleções, com 38 vitórias brasileiras, 30 empates e 40
triunfos argentinos. Saíram na
história desse duelo 154 gols do
Brasil e 165 gols da Argentina.
Os números são do confiável
pesquisador Duílio Martino, que
já "melou" algumas celebrações
da CBF, no que se refere ao número de jogos de atletas, devido ao
descuido com estatísticas da entidade que rege o futebol nacional.
Os dois próximos jogos da seleção brasileira são marcas significativas e redondas. O confronto
com a Argentina será o 1.100º da
história da equipe, que começou
contra o Exeter City (com um time master, o Brasil enfrentará
hoje o modesto clube inglês que
marcou o início do selecionado
mais vitorioso em Mundiais).
Já o duelo com o Chile no próximo domingo, também válido pelas eliminatórias da Copa, será o
450º jogo oficial de competição do
Brasil (não entram nesse universo
os amistosos, os jogos oficiais restritivos, contra clubes, seleções regionais ou outras coisas do tipo).
Voltando ao clássico mais acirrado da América do Sul, foram
realizados 39 jogos entre Brasil e
Argentina em território nacional.
Em 69 oportunidades, o "pega"
ocorreu no exterior, sendo que 35
partidas foram na Argentina.
Se algum lado tivesse que reclamar da arbitragem ao longo dos
tempos, seria o lado argentino. A
história registra que 18 árbitros
brasileiros dirigiram o clássico,
contra apenas nove juízes argentinos. Nas contas do engenheiro
Duílio, Argentina x Brasil teve 78
árbitros neutros (três homens que
apitaram o duelo são desconhecidos, apesar do grande esforço na
busca dos mais precisos dados).
Se o Brasil está folgado na frente em número de títulos da Copa,
os argentinos têm tranqüila vantagem em conquistas de Copa
América, Mundial interclubes e
Libertadores, tradicionais disputas que pautam o calendário.
Porém muitos valorizam mais
do que tudo o confronto direto. Os
argentinos dizem com o maior orgulho que os brasileiros são seus
"filhos", seus fregueses. Neste ano,
eles terão ainda uma boa chance
de conseguir em Atenas a medalha de ouro olímpica que tem sido
o objeto do desejo maior da CBF.
O Brasil dá um banho no futsal,
é soberano no continente no futebol feminino, no futebol de areia
(ainda não abraçado oficialmente pela Fifa), reina nas categorias
sub-20 e sub-17 mesmo com a reconhecida força júnior argentina,
domina eleições para melhor jogador do mundo, mas, apesar de
reduzir a distância nas últimas
décadas, ainda não dobrou a Argentina ao longo da história.
Hungria, Noruega e Irã ostentam vantagem no retrospecto
contra o Brasil, mas isso parece
não incomodar. Contra o maior
rival, a seleção brasileira chegou a
igualar as coisas recentemente,
mas derrotas nas eliminatórias
passadas e no Pré-Olímpico penderam de novo a balança. Na
quarta-feira, o Brasil é favorito.
Argentina x Argentina
Boca Juniors x River Plate. Esse confronto já aconteceu, nas minhas
contas, 21 vezes na Libertadores (nove vitórias do Boca e seis do River). Será a terceira vez que o clássico acontecerá em semifinal.
Argentina x Porto
O jornal "Olé" já estampou que o time português será o rival de Boca
ou River no Mundial interclubes. Se for assim, os argentinos, grandes
vencedores da disputa intercontinental, devem ser favoritos, pois o
Porto já dá adeus a suas estrelas: o técnico José Mourinho e o "craque" Deco. Pela superstição, a final da Libertadores será Boca x São
Paulo, com o primeiro vencendo. O River só chega à final em anos
terminados em seis, o São Paulo já foi duas vezes vice em anos terminados em quatro, o Boca costuma ser bi, e Bianchi adora o Morumbi.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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