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Escolha gera
polêmica entre
especialistas
DO ENVIADO A MARÍLIA
Os especialistas em preparação física têm opiniões diversas sobre a escolha de Osmar Barbosa de realizar seus
treinos somente na terra.
Segundo Paulo Zogaib,
médico da BM&F, principal
equipe de atletismo do país,
a preparação nesse tipo de
piso traz "mais benefícios do
que prejuízos" ao corredor.
"Quem treina distâncias
de fundo e meio-fundo está
mais sujeito a lesões por
"overuse" [uso excessivo] do
joelho, por exemplo", aponta o fisiologista, que é professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo ele, durante uma
corrida o atleta descarrega
até 250% o peso do corpo em
cada perna. "Essa sobrecarga depende da velocidade
que ele treina, do tempo de
duração da prática e das
condições anatômicas do
atleta", aponta o fisiologista.
No piso duro esse choque é
maior. "Se ele usa o piso sintético só para competir, chegará à prova tendo sofrido
menos impacto no joelho do
que seus rivais que se prepararam no chão duro."
Mas o treinamento incomum de Barbosa também
tem seus críticos. Turíbio
Leite de Barros, colega de
Zogaib na Unifesp, acredita
que a estratégia pode, ao
contrário, favorecer o aparecimento de complicações.
"Não vejo vantagem nenhuma nisso. Um piso irregular traz um risco maior de
torções. Além disso, nesse tipo de pista o atleta não vai
desenvolver uma boa velocidade", analisa Turíbio, que
atua como fisiologista do time de futebol do São Paulo.
Para Zogaib, a perda da rapidez é relativa. "Isso aconteceria em distâncias menores, em que a velocidade é o
mais importante. Em provas
de fundo, o que importa é a
resistência", afirma.
(ALF)
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