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FINAL/ HOJE
Com vitória ou derrota, técnico deve entregar cargo
Scolari pede tempo à CBF para decidir futuro
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
Luiz Felipe Scolari pediu à cúpula da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) mais tempo para
responder se aceita ou não o convite para continuar à frente da seleção brasileira após o Mundial.
O técnico ficou seduzido pela
proposta feita por Ricardo Teixeira, presidente da entidade, de ter
em suas mãos todas as categorias
da seleção. Aos amigos, disse que
gostaria de ficar um ano fora da
seleção e retornar em 2004, tendo
em vista o Mundial de 2006.
Teixeira estaria propenso a aceitar a idéia, mas tem afirmado que
deixa o cargo no final do ano que
vem, um entrave para a permanência do treinador gaúcho.
De qualquer forma, com vitória
ou derrota, o técnico de 53 anos
cumprirá um ritual constante em
sua carreira. Entregará simbolicamente o cargo, deixando Teixeira
livre para escolher outra pessoa.
Chegando ao Brasil, o treinador
viajará com sua família. O destino
deve ser a praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, onde
Scolari quer comprar uma casa de
veraneio. Uma definição sobre
seu futuro aconteceria apenas depois desse retiro.
Ao contrário do que dizia antes
do início do Mundial asiático, o
treinador tem pensado com carinho na possibilidade de continuar
na seleção. O fato de poder levar o
Brasil à conquista de sua primeira
medalha de ouro em Olimpíadas
-os próximos Jogos serão em
2004, em Atenas- é outro fator
que seduz o técnico.
Mas não são apenas o aumento
de poder e a possibilidade de fazer
história mais uma vez que levam
Scolari a estudar o convite.
Amigos do técnico no Brasil dizem que ele mostrou preocupação com o fato de o mercado europeu já estar praticamente fechado -a temporada 2002/2003 começa daqui a 15 dias, e os principais clubes do continente já escolheram seus treinadores.
As chances de Scolari voltar a
comandar um clube brasileiro,
pelo menos por enquanto, são pequenas. Além do fato de os maiores times já terem técnico, nenhuma equipe do país teria dinheiro
suficiente para bancar o que ele
ganha da CBF -R$ 370 mil mensais, conforme revelou a Folha na
semana passada.
Mas também existem fatores
que empurram Scolari para fora
da seleção brasileira. Ele tem sido
constantemente aconselhado a
deixar a equipe ""por cima", como
pentacampeão mundial.
O técnico também se queixa do
fato de ter sua vida pessoal exposta. Sempre cita o que aconteceu
com Wanderley Luxemburgo, investigado por duas CPIs no Congresso e alvo de um ""massacre"
por parte da mídia, segundo a
opinião do gaúcho.
A possibilidade de morar na Europa é outro fator que fascina o
treinador, que tem mostrado
frustração com o fato de ainda
não ter recebido convite oficial de
nenhum grande clube europeu.
Questionado sobre que decisão
irá tomar, Scolari tergiversa: ""Primeiro quero descansar. A partir
de segunda [amanhã", sou um
homem desempregado. Estou
aberto a propostas".
A forma como o treinador conseguiu aglutinar os jogadores em
torno de si e sua alta popularidade
no Brasil - 79% de avaliação ótima/boa segundo pesquisa do Datafolha- conquistaram o homem-forte da CBF.
Teixeira não se cansa de dizer
que o grupo da Copa-2002 é o melhor de toda a sua gestão, que teve
início em 1989. O dirigente tem
afirmado ainda que a contratação
de Scolari foi uma de suas decisões mais acertadas em 13 anos à
frente da CBF.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG,
PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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