|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ida a Brasília continua sem definição
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
A bola continua dividida no jogo pesado do poder.
Enquanto o governo fazia correr ontem de manhã, em Brasília,
a informação de que a seleção
aterrissaria na capital federal se
vencesse o Mundial, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, dizia na
noite do Japão que só tomaria a
decisão sobre a roteiro da volta do
time após a partida final.
"Só vou definir isso depois do
jogo. O que há, de fato, é que vamos deixar o Japão no dia 1º [segunda-feira"", afirmou.
Dirigentes e assessores ligados a
Teixeira afirmaram que o time,
caso seja campeão, desembarcará
em Brasília, após passar por Fortaleza, onde a equipe fez seu último jogo no Brasil antes da Copa.
Teixeira, que está hospedado
em Tóquio, esteve em Yokohama
e jantou ontem com a seleção.
A visita durou pouco mais de
duas horas. De camisa pólo e calça
jeans, Teixeira trazia pendurado
no pescoço um colar de miçangas
vermelhas e brancas, igual aos utilizados pelos adeptos de religiões
afro-brasileiras. O dirigente estava acompanhado de seu filho Roberto Teixeira Havelange.
Apesar da indefinição do presidente da CBF, o Ministério do Esporte, segundo apurou a Folha,
dá como certo o desembarque a
seleção em Brasília em caso de
conquista do título.
A CBF tem ameaçado não passar por Brasília se vencer o Mundial. Os motivos oficiais são variados e vão desde o cansaço dos jogadores até o medo do uso eleitoral da vitória pelo governo.
Teixeira e a entidade, no entanto, estão ressentidos com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2000 e em 2001, duas CPIs
do Congresso, com o apoio do governo, devassaram o dirigente.
No auge das CPIs, o governo federal pediu a renúncia de Teixeira
sob o argumento de que, com o
dirigente, a seleção não teria condições de vencer o Mundial.
Até ontem à noite no Japão
(manhã no Brasil), a programação inicial da CBF para o vôo que
levará o time mantinha como locais de desembarque Rio de Janeiro e São Paulo.
A visita da seleção a Fortaleza
foi acertada diretamente pela CBF
com o ex-governador do Ceará,
Tasso Jereissati (PSDB), amigo de
Ricardo Teixeira há pelo menos
três décadas. O vôo da seleção
parte de Narita (Tóquio) às 20h da
segunda-feira.
(FV, FM, JAB, PC E SR)
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Final/ Hoje: Scolari pede tempo à CBF para decidir futuro Próximo Texto: Era uma vez...: Muito macho Índice
|