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FINAL/ HOJE
Equipe formada para ganhar experiência para a próxima Copa surpreende na Ásia
Obsessão por 2006 empurra Alemanha na final de 2002
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A YOKOHAMA
A Alemanha desafia o Brasil não
só pelo título desta Copa, mas
também para melhorar ainda
mais sua vida no próximo Mundial, em seu território.
A conquista resolveria uma das
maiores obsessões do Comitê Organizador do Mundial de 2006:
ter a Alemanha fazendo o jogo de
abertura, uma questão especialmente delicada para o país.
Na primeira e única vez que organizaram uma Copa, em 1974, a
honra de jogar a primeira a primeira partida lhes foi tirada
-justamente nesse Mundial teve
início a tradição de o campeão anterior iniciar o torneio, e não mais
o dono da casa. Com isso, os alemães tiveram de bater palmas para o Brasil de Zagallo, que erguera
o troféu quatro anos antes.
Depois de anunciada a sede de
2006, outra mudança histórica
conduzida pela Fifa abriu espaço
para nova mudança na tradição
da abertura: foi decidido que o
campeão desta Copa não terá vaga garantida na próxima edição.
Com isso, os alemães lançaram
ofensiva para garantir que sua
equipe iniciasse o torneio. A tal
ponto que, como contou à Folha
Wolfgang Niersbach, vice-presidente do Comitê Organizador de
2006, a idéia é emplacar a seleção
da casa no jogo de abertura mesmo que o time de Völler perca em
Yokohama e o Brasil se classifique
para o próximo Mundial.
O título de hoje, além de acabar
com a discussão nos bastidores,
ajudaria a levantar um futebol
que há dois anos era dado como
morto. "A surpresa não pára de
crescer. É uma promoção magnífica para a nossa Copa", afirma
Niersbach, do comitê de 2006.
Nunca um país organizador de
uma Copa chegou ao título na
edição anterior à que receberá o
torneio -e esta Alemanha já tem
a melhor campanha na categoria.
O troféu premiaria uma seleção
programada para só explodir daqui a quatro anos. A equipe renovada que foi à Ásia tinha a missão
de ganhar experiência e evitar cair
na primeira fase.
Os alemães surpreenderam. Já
garantiram, inclusive, um banquete após a final como presente
de sua federação, independentemente do resultado. Mas, já que
chegaram até aqui, dizem que não
deixarão escapar o título.
"Queremos mais", afirma o técnico Rudi Völler, que antes do
Mundial já tivera o contrato renovado até 2006. "Uma final de Copa é uma oportunidade única.
Disse aos jogadores que esse é o
jogo da vida deles", afirma.
Antes duramente criticado, o time teve a melhor campanha da
história alemã rumo à final.
A equipe é em média um ano
mais velha que o time de Scolari,
mas tem bem menos experiência
internacional. Pela lista da Fifa,
chegaram à Copa com 25 jogos
em média defendendo sua seleção, contra 35 dos brasileiros.
O atacante Klose, por exemplo,
só começou a defender a seleção
em março do ano passado. Quem
estreou ainda mais tarde foi o defensor Metzelder, há dez meses.
Empolgação à parte, a federação
alemã optou pela precaução ao
usar a final desta Copa como promoção de 2006. Abandonou o
plano de começar hoje, no Japão,
um novo projeto para os torcedores da seleção, uma espécie de fã-clube oficial do time. A festa de
inauguração da torcida organizada ficou para outubro, em Hannover, no primeiro jogo das eliminatórias da próxima Eurocopa.
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