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JOSÉ GERALDO COUTO
Por uma final à altura dos nossos sonhos
Beckenbauer disse esperar que a final de hoje
redima a Copa de seu
baixo nível técnico. Eu também.
Mais que isso: além de uma vitória brasileira, espero que a final traga imagens que enriqueçam nossa memória afetiva e
nossa sensibilidade.
Não me refiro apenas aos gols,
mas àqueles lances que ficam
impressos no imaginário de gerações inteiras, renovando incessantemente a paixão pelo futebol. A Copa de 70, por exemplo, nos legou a defesa de Gordon Banks para a cabeçada perfeita de Pelé na partida Brasil x
Inglaterra, o drible de corpo do
mesmo Pelé sobre o goleiro uruguaio Mazurkiewicz, a sequência de dribles de Clodoaldo em
jogadores italianos, na final,
entre tantas outras imagens
inesquecíveis.
Esse acervo pode incluir cenas
dramáticas -como a trombada do combalido Ronaldo com
Barthez, na final de 98- ou cômicas, como o beijo dado pelo
goleiro italiano Pagliuca na trave salvadora, na final de 94.
Da Copa atual, além dos gols,
o que vai ficar? O comovente
tombo de Zidane ao tentar alcançar uma bola na área da Dinamarca, o pelotão de jogadores turcos correndo atrás do
moleque Denílson... Não consigo me lembrar de muita coisa
além disso.
Só fora do campo -como a
bela saudação dos jogadores da
Turquia e da Coréia do Sul à
calorosa torcida coreana, depois do jogo de ontem. Nesta
Copa do Mundo, o futebol ficou
devendo aos nossos sonhos.
jgcouto@uol.com.br
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