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Fabiana Murer domina o Troféu Brasil
Atleta vence salto com vara, bate recorde sul-americano com 4,80 m, 2ª melhor marca do ano, e é eleita a nº 1 do torneio
Último dia de competição no Ibirapuera também coloca Maurren Maggi na vice-liderança do salto em distância nesta temporada
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando chegou à pista do
Ibirapuera ontem por volta das
7h30, Fabiana Murer, 27, sabia
que não teria adversárias no
salto com vara do Troféu Brasil.
Talvez não esperasse que sua
prova, uma das primeiras de
ontem, às 9h30, seria a última a
ser encerrada, após as 12h, com
as arquibancadas já esvaziadas,
finalizando o evento que definiu parte da delegação nacional
para a Olimpíada de Pequim.
"É difícil ficar esperando.
Mas é preciso dar oportunidade para todas participarem. Eu
espero. Tenho paciência", brincou, após conquistar o título.
Fabiana realizou seu primeiro salto (4,30 m) com apenas
duas rivais ainda na disputa,
Joana Costa e Carolina Torres.
Sem mais adversárias após
superar os 4,40 m, a solitária
saltadora ultrapassou o sarrafo
a 4,50 m e a 4,60 m, cravando o
recorde do evento, que já era
dela desde 2006 (4,57 m).
Não bastasse isso, voltou a
saltar com o sarrafo a 4,70 m.
Na terceira tentativa, bateu o
recorde sul-americano, que
também era seu (4,66 m).
Resolveu então tentar os
4,80 m. Novamente na terceira
e última tentativa, Fabiana cravou a segunda melhor marca do
ano. É superada pela norte-americana Jennifer Stuczynski
(4,90 m). A russa Yelena Isinbayeva, recordista mundial,
ainda não estreou neste ano.
"Quero saltar em Pequim
ainda mais alto. Mas, se repetir
essa marca [4,80 m], devo ganhar uma medalha", afirma Fabiana, bronze no Mundial indoor de Valência, em março.
A brasileira ainda tentou saltar 4,91 m. Mas acabou seguindo os conselhos do técnico Elson Miranda, preocupado com
o cansaço de sua pupila, e desistiu após falhar duas vezes.
"Ela já tinha feito duas boas
marcas, estava na pista há muito tempo e estava cansada. Se
tentasse de novo, corria risco
de se machucar", justificou ele.
"Tecnicamente hoje não há
ninguém melhor no mundo do
que a Fabiana. Não sendo tão
forte como a Isinbayeva, ela coloca menos energia na vara para dar o mesmo salto", analisa.
O resultado também rendeu
à saltadora o prêmio de melhor
desempenho do Troféu Brasil.
Fabiana enfrentou concorrência forte no salto em distância, competição vencida por
Maurren Maggi. Ela realizou
três saltos que já renderiam o
ouro (6,90 m, 6,95 m e 6,99 m).
Sua melhor marca ontem a
põe em segundo lugar no ranking do ano, atrás apenas da
russa Lyudmila Kolchanova.
"Estou me sentindo muito
bem. Mais importante do que
os 6,99 m é a regularidade dos
saltos. Mantendo essa média de
6,90 m, posso ganhar medalha
olímpica", vibra Maurren, que
disputará eventos na Europa
antes de seguir para a China.
Jadel, outro brasileiro candidato a medalha olímpica, também sobrou no salto triplo.
O triplista conseguiu ontem
sua melhor marca no ano (17,28
m), que o coloca entre os seis
melhores saltadores neste ano.
Ainda espera melhorar seu desempenho até a Olimpíada.
"Meu objetivo é estar 100%
na hora certa. Quero chegar a
17,60 m, a 17,70 m em Pequim",
diz, referindo-se a marcas que o
levariam ao pódio olímpico.
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