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Entrevista
Quase 100%, ginasta diz ir à "sua" Olimpíada
DO ENVIADO A TÓQUIO
Às vésperas de sua primeira Olimpíada, Diego Hypólito, 22, avalia que está perto
de 100% de sua forma, diz
que pretende realizar em Pequim o Hypólito e competir
também no salto. O bicampeão mundial do solo minimiza os reveses que teve no
ano. E já antecipa: "Se for
campeão, será pelos treinos
que fiz. Se não for, não será
por falta de treino".
(LF)
FOLHA - Ansioso antes da estréia em Olimpíadas?
DIEGO HYPÓLITO - Não. Estou
tranqüilo. Venho treinando
bem, e isso me deixa bastante tranqüilo e confiante.
FOLHA - Já está 100%?
DIEGO HYPÓLITO - Estou perto
dos 100%. A série está saindo
bem, e isso me deixa feliz.
FOLHA - Fará o Hypólito?
DIEGO HYPÓLITO - O Hypólito
está saindo nos treinos. A
preocupação em relação a ele
é como estarei no momento,
se sentirei algum nervosismo na hora. Vou preparar a
série com o Hypólito, mas
pode ser que não faça no primeiro dia. É um movimento
que exige muito do lado
emocional. Não errei nenhuma vez nos treinos no Japão
e nunca errei em competições. Vamos tomar a decisão
no treino de pódio, na China.
FOLHA - Estuda guardá-lo, para
surpreender na final?
DIEGO HYPÓLITO - Penso em
fazer no primeiro dia. Sou
campeão mundial e esperam
de mim uma série mais difícil. Como não estou errando,
não considero um elemento
de risco. Mas é o treino que
vai dizer.
FOLHA - Se não o fizer, o prejuízo é grande?
DIEGO HYPÓLITO - A nota de
partida é alta com ou sem ele.
FOLHA - Algum rival pode ter
nota mais alta de partida?
DIEGO HYPÓLITO - Acredito
que só o [romeno Marian]
Dragulescu possa sair com
mais que isso. Os outros não.
FOLHA - Competirá no salto?
DIEGO HYPÓLITO - Quero fazer
também o salto. Mas o segundo tem que sair bem e
ainda não está 100%. Não está tão bem trabalhado no
momento como a série do solo e o primeiro salto.
FOLHA - Se decidir competir
também no salto, acha possível
disputar medalha?
DIEGO HYPÓLITO - Não. No salto, o objetivo é entrar na
Olimpíada. Por mais que não
haja problema em competir
só no solo, é importante entrar antes para sentir como
reagirei à adrenalina.
FOLHA - Se não há um compromisso com o resultado, por que a
dúvida em competir ou não?
DIEGO HYPÓLITO - A questão é
o risco de me machucar. Há
muita coisa em jogo no solo,
que é depois. Não posso me
arriscar a sofrer uma lesão.
FOLHA - Sua trajetória neste ano
lembra a de 2005?
DIEGO HYPÓLITO - Não digo
que lembre. Aquela situação
foi como um professor para
mim, porque mostrou que
nada é impossível. Eu não tinha títulos de maior expressão na época, treinei entre 15
e 20 dias e acabei campeão
mundial. No ano passado tive dificuldades, no ano retrasado também. Serve de
aprendizado. E os problemas
que tive neste ano [operação,
dengue, assalto] encarei como problemas de qualquer
um. Vi que havia tempo para
me preparar e mantive a calma. Se for campeão, será pelos treinos que fiz. Se não for,
não será por falta de treino.
FOLHA - Quer ver outras competições da Olimpíada?
DIEGO HYPÓLITO - Muitos me
perguntam sobre o clima da
Vila [Olímpica], o ambiente,
outros atletas... Eu vou para a
minha Olimpíada. Tenho
que ir para a Vila como se estivesse indo para minha casa.
Para o ginásio, como se fosse
a minha competição. Tenho
amigos competindo também
lá. A Fabi [jogadora da seleção de vôlei] é minha amigona. Mas é o momento de me
preservar, então não vou
desfocar. Depois que encerrar minha participação, aí
posso pensar nisso.
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