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Itália chama drible, e Espanha, defesa
Terra do "calcio" investe em brasileiros do meio para a frente, e espanhóis valorizam atletas que formam a linha de trás
Ronaldinho e José Mourinho
são as principais atrações do Italiano, que, no caminho inverso do Espanhol, coloca ataque e astros na berlinda
DA REPORTAGEM LOCAL
O futebol italiano, rotulado
de defensivo, investiu em jogadores de ataque, drible. O futebol espanhol, mais solto, preferiu jogadores brasileiros de características mais defensivas.
Além de Ronaldinho, cujo futebol bonito já foi usado em
campanha publicitária, o Italiano importou Kerlon, o ""foquinha" cruzeirense, Júlio Baptista, que atuava ofensivamente
no Real Madrid, e Túlio de Melo, atacante que fez dez gols em
19 jogos no último Francês.
Chegaram também ao campeonato Felipe Melo (ex-Almería, agora Fiorentina) e Matuzalém (ex-Zaragoza, hoje Lazio), meio-campistas que chegam bem à frente. No mercado
interno, a Inter de Milão apostou em Mancini, que atuava
bem adiantado na Roma.
A atual campeã italiana ainda
resgatou Adriano, atacante que
passou o primeiro semestre se
recuperando no São Paulo. A
Juventus trouxe o centroavante Amauri, ex-Palermo. Até jogadores brasileiros de defesa
contratados costumam contribuir com o ataque, caso do ala-direito Coelho (ex-Corinthians
e Atlético-MG, hoje Bologna).
Já na Espanha, a terra do
""olé", os brasileiros que chegam têm missões mais cautelosas. Renan, goleiro da seleção
de bronze em Pequim, deixou o
Inter e foi para o Valencia.
Almería e Barcelona investiram em laterais-direitos (Michel e Daniel Alves). O poderoso time catalão ainda tirou o zagueiro Henrique do Palmeiras,
mas o repassou por empréstimo para o Bayer Leverkusen.
Edmílson (Villarreal), Cléber
Santana (Mallorca) e Paulo Assunção (Atlético) atuam como
volantes -o primeiro é zagueiro também. Eduardo Costa, se
ficar no Espanyol, é para combater, não armar jogadas.
Como esse cenário, a expectativa na Itália é de um campeonato mais atraente. Ronaldinho, que, ao final das contas,
deve custar ao Milan cerca de
R$ 60 milhões, é a maior novidade em campo, mas a Inter
contratou José Mourinho, técnico que, na época de Chelsea,
era o mais bem pago do planeta.
A Juventus, após uma temporada de readaptação à elite
do "calcio", manteve seu tridente ofensivo e promete lutar
agora com os rivais de Milão.
Na Espanha, o Real Madrid
não realizou o sonho de contratar Cristiano Ronaldo do Manchester United. Villa também
não acertou com o time merengue e segue no Valencia. O Real
aumentou sua esquadra holandesa com Van der Vaart.
Caso perca Robinho, parte da
magia e dos dribles do Real Madrid, atual bicampeão espanhol, estarão comprometidos.
O Barcelona, por sua vez,
abriu mão de vistosos jogadores, como Ronaldinho, Deco e
Giovanni. Também fechou o ciclo de Frank Rijkaard, mentor
do ""Dream Team 2" de 2006.
Com Josep Guardiola no comando técnico, o time é uma
incógnita.
(RODRIGO BUENO)
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