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Após oito meses e 43 rodadas, time mineiro encara com fôlego e banco o Paysandu e o desafio do 1º título
Cruzeiro tenta condecorar hoje heróis da resistência
DA REPORTAGEM LOCAL
O Cruzeiro pode até não selar
hoje o título do primeiro Brasileiro de pontos corridos da história,
mas já confirmou a fórmula para
vencer uma competição longa e
dura: montar um elenco forte.
Assim como tantos times no
torneio, o clube perdeu peças importantes, negociou atletas titulares, cedeu jogadores para seleções
brasileiras, disputou competições
paralelas e, apesar de tudo isso,
manteve-se sempre estável.
O time de Belo Horizonte, que
precisa de uma vitória simples
hoje no Mineirão diante do Paysandu para conseguir o seu primeiro título de Brasileiro -se o
Santos perder do Goiás fora de casa, até uma derrota servirá para o
Cruzeiro ser campeão-, terminou 38 das 43 rodadas do torneio
até agora como líder (88,3%).
Desde a oitava rodada lidera a
disputa. Sua pior colocação foi
um sexto lugar ao término da primeira rodada, quando ficou num
2 a 2 com o São Caetano em casa.
O melhor time do primeiro turno tinha entre os seus destaques o
atacante Deivid e o zagueiro Luisão. Ambos foram negociados no
meio da temporada, com Bordeaux (França) e Benfica (Portugal), respectivamente. Isso não
impediu a equipe dirigida pelo
técnico Wanderley Luxemburgo
de ser também a que mais pontos
conquistou no segundo turno.
Foram contratados no meio da
competição três atacantes: Márcio Nobre, Alex Alves e Alex Dias
-muito disso porque o antigo talismã Marcelo Ramos também
acabou saindo do grupo. Os três
tiveram oportunidades, e o primeiro, especialmente, conseguiu
se encaixar no esquema.
Maurinho e Maldonado, dois titulares, chegaram ainda nesta
temporada ao Cruzeiro e corresponderam bem às expectativas. O
zagueiro Cris, que hoje deverá entrar como capitão do time -o
meia Alex está suspenso-, desembarcou há pouco mais de cinco meses da Alemanha, onde defendia o Bayer Leverkusen.
Vários reservas entraram em
momentos cruciais da disputa. O
atacante Mota, por exemplo, fez
os gols que determinaram os empates no Mineirão contra o São
Paulo (1 a 1) e o Coritiba (2 a 2).
""Quando o campeonato é de
pontos corridos, é muito importante ter um grupo forte", diz o
técnico Wanderley Luxemburgo,
que pode se tornar hoje o treinador mais vitorioso do futebol nacional -seria a quarta taça dele, o
que deixaria Rubens Minelli e
Ênio Andrade para trás.
Alex foi apenas um dos cruzeirenses que serviram a seleção ao
longo da temporada. Os laterais
Maurinho e Leandro, pouco badalados até a campanha deste
ano, ganharam chance na seleção
principal. A equipe olímpica tem
a maioria de sua defesa formada
por atletas do time mineiro: o goleiro Gomes, o lateral-direito Maicon e o zagueiro Edu Dracena.
Isso sem falar que o atacante
Aristizábal frequentou em alguns
jogos a seleção colombiana.
O calendário foi tão puxado para o Cruzeiro como para qualquer
outro. No primeiro semestre, a
equipe disputou o Campeonato
Mineiro. Faturou o título de forma invicta. Jogou a Copa do Brasil
e ganhou a taça sem derrota -o
time pode ser o primeiro a vencer
as duas principais competições
do país na mesma temporada.
No segundo semestre, o Cruzeiro jogou também a Copa Sul-Americana. Não avançou no torneio, mas saiu de novo invicto.
Alex, Aristizábal, Maldonado,
Zinho... Quase todos no grupo
deixaram de atuar por contusão.
""São muitas contusões, suspensões. Você tem que estar preparado para um torneio desses", diz
Luxemburgo, que viu só um de
seus atletas fazer 40 ou mais partidas (Leandro atuou em 42 jogos).
Faltam ainda três rodadas para
o fim, o Santos está embalado, o
Paysandu é algoz cruzeirense, e
Alex não joga. Nada importa.
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