|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
A nova Copa dos Campeões
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Real Madrid será campeão. A possibilidade é
grande, mas não dá para dizer isso na Copa dos Campeões.
Nos últimos anos pares (1998,
2000 e 2002), o supertime espanhol faturou o título do mais importante interclubes do planeta.
A vez agora seria do Real, ainda
mais com a chegada de outro fenômeno do futebol contemporâneo, porém a concorrência e a fórmula de disputa da Champions
League são ótimo desafio para a
soberba do clube.
O sorteio que definiu os grupos
da liga, bastante dirigido para
evitar confrontos entre conterrâneos, não fez mesmo muita diferença para ninguém. Todas as
chaves são parelhas e ameaçam
até mesmo os claros favoritos, como o Real. Na fase eliminatória já
houve algumas surpresas. Borussia Dortmund e Newcastle, por
exemplo, ficaram pelo caminho.
Devido a esse tropeço britânico,
os espanhóis e os italianos, com
quatro equipes, dominam geopoliticamente a disputa.
Uma nova final italiana figura
como algo altamente possível.
Outra decisão espanhola soa como um devaneio (mais fácil seria
uma inédita final inglesa). Quatro fases de mata-mata, como a
Copa do Mundo, favorecem os times mais competitivos, menos artísticos (leia-se italianos). Só há
uma fase de grupos agora. Além
de duas vagas nas oitavas-de-final, as chaves oferecem ao terceiro a chance de entrar na Copa da
Uefa em fase adiantada. Como só
os lanterninhas são de fato castigados, a briga promete seguir intensa até a última rodada.
Na temporada passada, os oito
melhores times tinham carteirinha do G-14, grupo dos mais poderosos clubes europeus. Nas oitavas desta temporada, jogarão pelo menos cinco azarões (não-sócios do G-14), como La Coruña,
Galatasaray, Panathinaikos,
Chelsea e Lazio. O grupo do Real
é o único que tem três membros
da elite. Um desses, com sorte,
tentará o troféu da Copa da Uefa
(tudo indica que será o Olympique, pois o Porto está forte).
Juventus e Manchester United,
dois dos mais sérios postulantes
ao título maior, gostaram do sorteio porque não enfrentarão ainda rivais do G-14. Isso se deve
muito a Barcelona e Liverpool,
dois fundadores do grupo que pagam agora o caro preço de não ter
se classificado para o torneio.
Milan e Inter, que alimentaram
os críticos do calcio com aquela
truncada semifinal, dificilmente
deixarão de estar no mata-mata.
O Bayern, outra potência que não
pode ser descartada, garante ter
aprendido a lição da temporada
passada, quando naufragou logo
na inicial fase de grupos.
Partizan e Brugge pintam até o
momento como as grandes surpresas positivas devido às campanhas nas eliminatórias, mas Celtic e Chelsea talvez roubem essa
condição já nessa fase de grupos.
Resumindo, a festa é de todos,
mas será duro barrar o Real. Nem
tanto pelo que vai acontecer em
campo. Acontece que os holofotes
e a programação das TVs estarão
mais uma vez descaradamente
concentrados no time de Madri.
Pensando assim, dá para dizer
com tranquilidade que o Real
Madrid será o campeão.
A nova Libertadores
Já incharam o torneio para 36 times com a fórmula maluca de Copa
que era balão de ensaio. Novidade para 2005? Inchaço. Para 37 times!
A nova Copa Sul-Americana
Se o Santos fizer 3 a 1 no Flamengo, sorteio. Se Atlético-MG e Fluminense empatarem, pênaltis. Os critérios mudam ao longo do torneio.
O novo Mundial sub-17
Foi-se a época em que africanos dominavam. A semifinal latina mostrou a nova direção. Nem o afro-americano Adu salvou.
O novo Mundial feminino
Milene? Brincadeira maior só se Marta for cortada.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
Texto Anterior: Atletismo: Revezamento do Brasil vai à final em Paris Próximo Texto: Tênis: Guga anuncia que vencer não é preciso Índice
|