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música
Os inesquecíveis
Novo álbum do Forgotten Boys presta homenagem aos ídolos da banda
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo disco do quarteto roqueiro paulistano Forgotten
Boys chega às lojas
na próxima semana
com um leve clima de roça.
Mas não, a banda não sucumbiu à onda folk que se abateu
sobre os palcos paulistanos.
Apenas se apropriou do cenário
que inspira muitos cantores
desse gênero para compor as
canções de "Louva-a-Deus".
Por três meses, o grupo deixou São Paulo, sua eterna fonte
de inspiração, e se isolou, com
instrumentos e equipamentos
de som, no interior. "A vantagem de ter um lugar nosso, longe de tudo, para compor e ensaiar é que isso nos deu mais liberdade. A gente não tinha que
se preocupar com horário de
estúdio ou qualquer influência
externa. Ficamos só concentrados na música", diz o guitarrista e vocalista Gustavo Riviera,
30, que improvisou um estúdio
na casa de campo dos pais para
preparar o CD.
Mas não espere nada muito
bucólico em "Louva-a-Deus". A
banda segue firme na sonoridade rock'n'roll fortemente influenciada pelo punk, com letras em inglês e português.
A tranqüilidade do campo
também permitiu um entrosamento maior da banda. "Esse é
o segundo disco que a gente faz
com a mesma formação. A banda está muito mais madura",
diz o baixista Zé Mazzei, 27,
que entrou no grupo em 2005,
quando foi gravado o disco anterior, "Stand by the Dance".
O grupo também contou com
novo colaborador. Sai de cena
Daniel Ganjaman -que trabalha com o grupo desde o começo da carreira e produziu
"Stand by the Dance" e outros
dois "split album"- e entram
Apollo 9 e Roy Cicalla (que já
gravou com John Lennon e
Patti Smith, entre outros). "Foi
fundamental ter novos olhares.
Eles nos ajudaram a criar um
disco que é bem diferente dos
anteriores", avalia o guitarrista
Chuck Hipólitho, 30.
O álbum marca também a
volta da banda à independência. Após ter lançado "Stand by
the Dance" pela ST2, o novo
trabalho sai por um selo próprio, o Forgotten Boys Records.
E a internet é mais uma aliada na sempre difícil tarefa de
promover o CD. No dia 29 de
agosto, o grupo deixou o álbum
disponível no site oficial
(www.forgottenboys.com.br) por uma tarde inteira. Tiveram 3.522 downloads. "O importante é que as pessoas ouçam o disco. Quem é fã vai baixar na internet e depois comprar o CD", acredita Chuck.
Se, por um lado, o grupo se
sente à vontade na independência, por outro, já sente a necessidade de crescer. Com 11
anos de estrada e todos os integrantes já na faixa dos 30, os inferninhos do rock já estão ficando pequenos para as ambições do Forgotten Boys. "A
gente tem vontade de expandir,
de conquistar um público
maior, de fazer apresentações
com mais estrutura e talvez até
pensar em uma carreira internacional", diz o baterista Flavio
Cavichiolli, 34.
Mas, enquanto o mainstream
não bate à porta, o grupo segue
dominando o underground. A
agenda de shows dos rapazes
inclui, até novembro, festivais
independentes em Goiânia, Paraná, Brasília e Natal, entre outras cidades.
Em São Paulo, a banda se
apresenta amanhã com o Vanguart no teatro Décio de Almeida Prado (r. Cojuba, 45, Itaim),
às 20h, e no dia 10 de outubro
no Studio SP.
Homenagem
Além de trazer novas referências musicais, como reggae,
soul e funk, o disco resgata e
homenageia os ídolos que sempre influenciaram o trabalho
do grupo, alguns retratados na
ilustração da capa.
"O nome do disco vem do fato de a fêmea louva-a-deus comer a cabeça do macho depois
da cópula. A gente também se
apropriou de muitas referências ao longo da carreira, de escritores a músicos, como Iggy
Pop, Bob Dylan e Jimi Hendrix", justifica Chuck.
(LETICIA DE CASTRO)
LOUVA-A-DEUS
Forgotten Boys
www.forgottenboys.com.br
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