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Ingenuidade e charme
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Mudou o produtor, mudou a
estrutura do negócio, mas o resultado é o mesmo. Esse é o
Forgotten Boys de "Louva-a-Deus", o quarto disco da banda.
Mais importante do que o
trabalho de Apollo Nove (que
entra no lugar de Daniel Ganjaman, que trabalhou nos álbuns
anteriores) ou do que a saída da
gravadora ST2 para criar um
selo próprio é o formato que o
quarteto utiliza para construir
"Louva-a-Deus".
O álbum é o espelho de uma
banda que busca consolidar o
espaço conquistado há algum
tempo no circuito indie, mas de
olho em novos fãs.
Para esses últimos, continuam apostando nas letras em
português (das 12 faixas, sete
são em inglês). Para o fiel séquito que a acompanha há anos, a
banda mergulha nas referências roqueiras tradicionais, como Zeppelin e Stones. O resultado é irregular. Em pelo menos um terço do disco o Forgotten Boys soa careta, quadrado
(como em "Got My Eyes"), ou
apenas bobinho ("Ela Diz").
Mas acertam quando a aparente ingenuidade dá as mãos a
um certo charme inconseqüente, como na eficiente e rápida
"Quinta-feira" ou em "Highest
Stakes" (pende em Beach Boys
+ Neil Young). "Me Entregar"
tem riff poderoso, que lembra
Stooges e empurra a letra em
que confessam "não ser os anjos que você pensou".
Em certos momentos, é das
bandas mais divertidas do país.
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