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quadrinhos
Mangá de garagem
Fãs de gibis japoneses publicam seus trabalhos por conta própria
DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O mangá que você desenhou na escrivaninha do seu quarto
não precisa necessariamente passar
os próximos anos perdido embaixo da sua cama.
Pelo menos não foi o que
aconteceu com o gibi "Em Busca das Estrelas", de Thiago Takahashi, 23, que já está na oitava edição. Reunido com outros
quatro autores, o jovem criou,
em 2007, a editora Crás
(www.editoracras.net), espécie de cooperativa em que os
associados dividem os gastos
com impressão.
Os gibis são vendidos pelo site e entregues por correio, mas
o que realmente movimenta o
caixa da empresa -ainda não
criada formalmente- é o contato direto com os consumidores em eventos de cultura japonesa, como o Anime Friends ou
o Anime Dreams.
Nessas ocasiões, a editora
Crás vende cerca de cem títulos, cada um por R$ 4, em média. Como o custo unitário de
produção está em torno de
R$ 3,50, não sobra muito. "Lucramos com itens periféricos,
como camisetas e ímãs", diz
Takahashi.
O importante é aparecer
Só que o lucro não costuma
ser o objetivo dessas publicações. "É mais pela divulgação
do nosso trabalho", diz Fábio
Arraes, 23, integrante da RAF
Studio (www.rafstudio.com),
editora nos moldes da Crás.
"Temos o sonho de ter alguma
coisa publicada em uma grande
editora", justifica o autor.
Apesar de seguir algumas
propostas estéticas dos japoneses -como os famosos olhos
grandes-, o mangá "Saga -Destino Sombrio", de Arraes, também tem um lado brasileiro. O
gibi é lido à maneira ocidental e
sua história se passa em um cenário bem paulistano: o bairro
da Liberdade.
Para os autores em busca de
publicação, tanto a editora
Crás quanto a Raf Studio estão
abertos a novos integrantes.
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