São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

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quadrinhos

Mangá de garagem

Fãs de gibis japoneses publicam seus trabalhos por conta própria

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mangá que você desenhou na escrivaninha do seu quarto não precisa necessariamente passar os próximos anos perdido embaixo da sua cama.
Pelo menos não foi o que aconteceu com o gibi "Em Busca das Estrelas", de Thiago Takahashi, 23, que já está na oitava edição. Reunido com outros quatro autores, o jovem criou, em 2007, a editora Crás (www.editoracras.net), espécie de cooperativa em que os associados dividem os gastos com impressão.
Os gibis são vendidos pelo site e entregues por correio, mas o que realmente movimenta o caixa da empresa -ainda não criada formalmente- é o contato direto com os consumidores em eventos de cultura japonesa, como o Anime Friends ou o Anime Dreams.
Nessas ocasiões, a editora Crás vende cerca de cem títulos, cada um por R$ 4, em média. Como o custo unitário de produção está em torno de R$ 3,50, não sobra muito. "Lucramos com itens periféricos, como camisetas e ímãs", diz Takahashi.

O importante é aparecer
Só que o lucro não costuma ser o objetivo dessas publicações. "É mais pela divulgação do nosso trabalho", diz Fábio Arraes, 23, integrante da RAF Studio (www.rafstudio.com), editora nos moldes da Crás. "Temos o sonho de ter alguma coisa publicada em uma grande editora", justifica o autor.
Apesar de seguir algumas propostas estéticas dos japoneses -como os famosos olhos grandes-, o mangá "Saga -Destino Sombrio", de Arraes, também tem um lado brasileiro. O gibi é lido à maneira ocidental e sua história se passa em um cenário bem paulistano: o bairro da Liberdade.
Para os autores em busca de publicação, tanto a editora Crás quanto a Raf Studio estão abertos a novos integrantes.


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