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Aparelho é usado para cola e música
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando a aula não agrada,
André, aluno do segundo ano
do ensino médio de uma escola
particular, ajeita o capuz na cabeça, coloca discretamente os
fones de ouvido por dentro da
blusa e começa a ouvir músicas
pelo celular.
Kleber, colega de André, prefere navegar na internet quando o professor não desperta o
seu interesse. Já Paulo vai mais
longe: gosta de assistir a vídeos
pornôs na tela do celular. "Ninguém percebe", garantem.
Se algum professor notar,
eles correm o risco de serem
expulsos da aula. Mas, segundo
eles, isso nunca aconteceu.
Em dia de prova, o aparelho
ganha mais uma função. Muitos estudantes fotografam o
teste já solucionado e mandam
a imagem com as respostas, por
bluetooth, para os amigos.
A cola digital, garantem, costuma passar despercebida.
"Nas provas de matemática, a
gente é autorizado a usar a calculadora do celular, então nem
precisa disfarçar o aparelho em
cima da mesa", conta Camila,
aluna do ensino médio de uma
escola estadual, que usa essa
técnica e nunca foi notada.
Os bilhetinhos com recados,
desenhos e fofocas, que eram
passados de carteira em carteira durante a aula, também são
coisa do passado. Agora, a comunicação é feita por torpedos.
Se a idéia é interromper a aula e irritar o professor, a tática é
outra: basta selecionar um toque que imita a subida de um
avião e deixar tocar. O barulho
vai aumentando até ficar insuportável. "A gente esconde o celular, e o professor não percebe
de onde vem o barulho. É obrigado a interromper a aula e esperar passar", diz André.
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