São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2012

"O comunismo era uma boa ideia, mas não deu certo", diz Silvia, 10

SILVIA H. SPITZCOVSKY
ESPECIAL PARA A FOLHA

No livro "O Muro'', eu aprendi mesmo como era o comunismo: telefones grampeados, alguns livros e filmes banidos, cartas abertas e revistadas e policiais em todos os lugares.
No livro, há desenhos coloridos e bonitos em algumas páginas e, em outras, já não são os mesmos desenhos. São pintados por cima ou são apenas um sonho arruinado.
O comunismo era uma ideia boa, pois não haveria pobre ou rico. Mas não deu certo. Meu pai e eu viajamos para a Rússia em julho. Meu pai morou lá por quatro anos, trabalhando como correspondente da Folha. Nas férias, ganhei mais conhecimento sobre o país e o comunismo.
Uma vez, estávamos passeando em Moscou. Passamos em frente a um cabeleireiro chique e ele contou que, no período do comunismo, se eu fosse cortar meu cabelo ali, as pessoas da Rússia ficariam me olhando. Perguntei por quê. Meu pai disse: "Porque as pessoas não tinham dinheiro para pagar esse cabeleireiro. Quase ninguém podia pagar por esse tipo de coisa."
No outro dia, vimos uma manifestação que pedia o comunismo de volta. Se eu morasse na Rússia, eu não gostaria que o comunismo voltasse. E você, se morasse na Rússia, gostaria?

SILVIA H. SPITZCOVSKY, 10, é filha de Jaime Spitzcovsky, colunista da Folha

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