São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2012

Fui roubado por um macaco

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA DÉLI E PUSHKAR (ÍNDIA)

Se vacas ficam mais paradonas, macacos são os mais peraltas. Atravessam ruas pulando e gritando. Em Pushkar, a mais de 400 km de Nova Déli, é comum as pessoas acordarem para ver o nascer do Sol no topo de uma montanha.
Lá em cima, macacos caminham ao lado das pessoas e saltam de uma pedra para outra. Muitos ficam sentados de pernas cruzadas e olham com uma expressão de "o que você está fazendo aqui?".
Além de tirar piolhos uns dos outros e depois comer os bichinhos, adoram pregar peças. Um deles pulava na minha frente e, quando cheguei perto, pegou meus óculos e fugiu. Fui roubado por um macaco.
A próxima parada é o templo de Karni Mata, onde fiéis oferecem leite, água e comida aos deuses -banquete para ratos do lugar. Eles correm pelo chão, saem pelos canos e sobem pelas paredes e pelo teto. São tantos que é impossível contá-los.
O objetivo no templo, além de rezar, é achar um rato branco, sinal de boa sorte. Entrar descalço significa respeito. Os ratos passam correndo entre os pés, mas não chegam a encostar neles, só dá para sentir um ventinho no dedão.
Os que morrem ficam jogados pelos cantos e apodrecem. Isso faz com que o cheiro do templo seja tão forte que é impossível ficar lá por mais de cinco minutos. Mas foi o tempo necessário para que encontrássemos o rato branco. Depois de vê-lo, saímos felizes da vida. (BM)

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