No terceiro disco, Adriana Partimpim vira boneca e apresenta canções mais suaves

GABRIELLA MANCINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Crianças gostam de música boa, e não só de música 'para crianças'", diz Adriana Calcanhotto, cantora e compositora. Ela é a criadora da personagem Partimpim, que inventa versões brincalhonas para canções "para adultos". À "Folhinha", Adriana fala sobre o terceiro disco de Partimpim.
A brincadeira começa no título: "Tlês". E, na capa, Partimpim, que antes era Calcanhotto com uma máscara, transformou-se em boneca de pano. As músicas, mais suaves do que as dos CDs anteriores, combinam com o novo visual da personagem. Há inéditas e outras de cantores conhecidos pelos adultos, como Gilberto Gil, Gonzaguinha e João Gilberto.

Folhinha - Por que você virou boneca? É porque o CD é mais suave?

Adriana - Tem a ver com o CD, mas isso aconteceu também porque a vida de boneca é muito divertida.

Uma das músicas fala de monstros embaixo da cama. Você tinha medo deles quando era criança?
Não, nunca fui medrosa, mas convivi com pessoas que tinham e até hoje têm medo de monstros embaixo da cama. Fiz a canção para ajudá-los. [O escritor] Luis Fernando Verissimo é uma dessas pessoas, então a canção é para que a Lucinda, neta dele, cantando, ajude-o a pegar no sono mais tranquilamente.

Teve criança dando palpite no disco?
Palpite, propriamente, não. Mas, quando crianças aparecem no estúdio, Partimpim liga as antenas e vai fazendo "ajustes" nas músicas, conforme a reação da turma.

Para fazer as músicas, você usou até moeda.
O [músico] Rodrigo Amarante usou a moeda para tocar a guitarra. [O músico] Domenico tocou um desentupidor de pia em um prato com água -o difícil foi não rir na gravação.

Quando ouve uma canção de que gosta, como sabe se deve regravá-la para a Calcanhotto ou para a Partimpim?
Acho que, se eu tivesse a resposta, não teria tanta graça. Calcanhotto e Partimpim sabem escolher. E até hoje não deu briga!

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