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CARREIRA
Design gráfico trabalha com visual
Atuação do profissional inclui criação de páginas de jornais e desenvolvimento de animações
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO
Em tempos de "Kung Fu
Panda", "Speed Racer", "O Incrível Hulk" e outros longas-metragens que impressionam
pela perfeição dos detalhes, a
carreira de designer gráfico está cada vez mais em alta.
O profissional é o responsável por fazer desenhos que reproduzem elementos da vida
real quase que com perfeição
-como os animais e os cenários do filme "A Era do Gelo".
Com o domínio de programas
de computador específicos, como o EVA, o Photoshop e o
Adobe Illustrator, passam meses na produção de um filme.
O campo de atuação é amplo.
O designer gráfico encontra
mercado tanto na mídia impressa -jornais e revistas- como na eletrônica -emissoras
de TV, produtoras e internet.
Os profissionais podem também trabalhar em parceria com
agências de publicidade, criando animações que chamem a
atenção dos clientes sobre determinado produto, como é o
caso da propaganda da palha de
aço Assolan.
Além disso, são eles que dão a
cara de jornais, revistas, panfletos publicitários, sites etc. Com
técnicas de comunicação visual, o designer gráfico deve saber como a página de um jornal
vai atrair mais o leitor -que cores usar e como deve ser a disposição das reportagens, por
exemplo, são pontos importantes para o profissional da área.
Segundo o MEC (Ministério
da Educação), há pelo menos
35 cursos tecnológicos na área
de design gráfico e 29 instituições que oferecem a graduação
tradicional. Muitas vezes o curso aparece com outro nome:
desenho industrial com habilitação em design gráfico. Ilustração, ergonomia e programação visual são algumas das disciplinas vistas na graduação. O
salário inicial na área varia entre R$ 1.500 e R$ 2.500.
Formado há oito anos, o designer gráfico Beto Shibata, 32,
trabalhou na mídia impressa
por dois anos e meio, na revista
"MTV", que hoje não existe
mais. Há seis meses, passou a
atuar na mídia eletrônica -ele
é da equipe de direção de arte
do canal MTV. É ele quem cria
e desenvolve as chamadas dos
programas da emissora.
Além disso, participa também da elaboração dos cenários
das atrações do canal. Para o
programa "15 Minutos", por
exemplo, ele trouxe elementos
que refletem a personalidade
do apresentador, Marcelo Adnet. "Vimos que livros ele lia, de
quais filmes ele gostava e trouxemos isso para o cenário", diz.
Muitas vezes o telespectador
nem nota esses detalhes, como
os livros na estante e os pôsteres do "quarto" onde é gravado
o programa, mas eles são essenciais para que haja comunicação com o público. "Se fizéssemos um cenário superartificial,
o público não iria gostar."
Não-regulamentada
Apesar de estar em alta
-neste mês, por exemplo, a
produtora de jogos de videogame francesa Ubisoft deve abrir
um estúdio em São Paulo e contratar, em quatro anos, 200
pessoas-, a profissão ainda não
é regulamentada, o que atrapalha a atuação dos profissionais.
"Hoje, qualquer um diz que é
designer, porque não é cobrado
o diploma na área", afirma Sergio Casa Nova, coordenador do
curso na faculdade Belas Artes.
Ele defende a obrigatoriedade
do diploma. "É como alguém
dizer que é músico sem nem
pertencer à Ordem dos Músicos", critica ele. "A regulamentação é fundamental para balizarmos a atuação do designer e
impedirmos a atividade de "designers piratas" [aqueles que
não fizeram o curso]."
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