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DEU NA MÍDIA
Mandela, o homem que derrotou o apartheid
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Personalidade de grande
destaque no cenário político
do século 20, Nelson Mandela, ex-presidente sul-africano, notabilizou-se pela luta
contra o apartheid, o regime
de segregação racial da África do Sul. Ao completar 90
anos, recebeu homenagens
ao redor do mundo, entre
elas, a surpreendente proposta do Congresso dos EUA
encaminhada ao presidente
George W. Bush que propõe
a retirada de Mandela da lista de terroristas.
Nascido Rolihlahla Dalibhunga Mandela e membro
da tribo xhosa, o ex-presidente, conhecido mundialmente pela defesa intransigente da não-violência, aceitou pegar em armas depois
do massacre de Sharpeville,
em março de 1960, quando
policiais sul-africanos abriram fogo contra manifestantes negros, desarmados, provocando a morte de mais de
60 pessoas.
Na luta de resistência contra o apartheid, chegou a comandar o braço armado do
CNA (Congresso Nacional
Africano), o Umkhonto we
Sizwe (Flecha da Nação).
Sentenciado a cinco anos
de prisão em 1962, Mandela
foi condenado a prisão perpétua dois anos depois, acusado de envolvimento com a
luta armada. Sob intensa
pressão internacional, foi libertado em fevereiro de 1990
pelo presidente Frederick
Willem de Klerk.
Em reconhecimento pelo
empenho na luta pelo fim do
apartheid e o estabelecimento de uma sociedade democrática e multirracial, De
Klerk e Mandela foram agraciados com o Prêmio Nobel
da Paz em 1993.
O apartheid de fato só começou a ser derrotado no
início dos anos de 1990,
quando Mandela candidatou-se à Presidência da África do Sul. Vitorioso, tornou-se o primeiro presidente negro da república sul-africana.
Líder carismático e inconteste, governou o país procurando atenuar o confronto
histórico entre negros e
brancos. Em 1999, deixou o
poder, sendo substituído por
Thabo Mbeki.
Procurando superar as
marcas do apartheid, após
décadas da cruel segregação
racial, a África do Sul inspira-se no exemplo de Nelson
Mandela para vencer em definitivo o ódio racial.
Colocado na lista de terroristas na década de 1980, pelo ex-presidente Ronald Reagan, Mandela recebe agora a
anistia e o reconhecimento
das autoridades norte-americanas. Nas palavras do senador e ex-candidato à Presidência John Kerry, os EUA
puderam, com a assinatura
de Bush, reparar o erro e "se
livrar da vergonha de desonrar este grande governante ao incluí-lo na lista de
terroristas do governo".
ROBERTO CANDELORI é professor do colégio Móbile
rcandelori@uol.com.br
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