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Financiamento ajuda estudante a pagar mensalidade
AUXÍLIO DE PROGRAMA DO GOVERNO PODE CHEGAR A ATÉ 70%; UNIVERSIDADES OFERECEM BOLSAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem presença de grandes universidades públicas, como a USP
e a Unicamp, o número de vagas
oferecido em cursos de graduação
gratuitos sofre uma baixa considerável no vestibular de inverno.
Mas o estudante que passar em
uma instituição particular e não
conseguir pagar as mensalidades
pode recorrer, entre outros recursos, ao Fies (Financiamento Estudantil), do governo federal.
O Fies é destinado a estudantes
matriculados em cursos de instituições de ensino superior pagas e
que sejam credenciadas ao programa. O aluno selecionado escolhe um limite de financiamento
de até 70%, que deve pagar de forma parcelada (leia quadro).
No semestre passado, as inscrições ocorreram em fevereiro e
março e o programa ofereceu 40
mil vagas para estudantes universitários, mesma quantidade que
está prevista para o próximo -a
data para abertura das inscrições
ainda não foi definida. No meio
de 2001, as inscrições foram abertas no dia 29 de agosto e se encerraram em 30 de setembro.
Para a seleção dos candidatos,
são levados em conta critérios como renda familiar, tipo de moradia e existência de doença crônica
na família. O conjunto desses e de
outros dados forma um "índice
de classificação". Posteriormente,
os selecionados nessa fase passam
por uma entrevista.
Existem ainda algumas exigências. O curso deve ser bem avaliado pelo MEC e o interessado não
pode, por exemplo, ter participado do Creduc (Programa de Crédito Educativo, que precedeu o
Fies) nem ter sido excluído do novo programa. A repetência é um
dos casos que provoca a exclusão.
Tânia Maria Lima, 22, faz psicologia na UniFMU e tentou o financiamento no primeiro ano,
mas não foi selecionada. "Na verdade, tive sorte porque repeti uma
matéria e teria perdido o Fies",
diz. Um ano depois, tentou novamente e conseguiu o benefício.
Quem chega à reta final precisa
de fiadores. No caso de Tânia, o
próprio pai preencheu esse papel.
Depois do processo de seleção,
o estudante assina contrato com a
Caixa Econômica Federal, no qual
é estabelecida uma taxa de juros.
Caso o estudante tenha alguma
dificuldade depois de adquirir o
financiamento -como problemas com o fiador-, pode suspendê-lo por até dois semestres.
O Fies, no entanto, não é um
programa para quem não pode
arcar com as despesas da faculdade. Para isso, existem outros recursos, oferecidos pelas próprias
instituições (leia quadro).
Felipe Julian, 26, que faz música
na Faculdade Santa Marcelina, é
financiado pelo programa desde
1999. "Pedi o financiamento assim que foi possível. Perdi a data
do primeiro, mas no segundo ano
fiz a inscrição", afirma.
Se não pudesse pagar as mensalidades, ele diz que não teria trocado as públicas Unicamp e USP
-nas quais cursou um ano também de música- por uma faculdade particular, o que fez por preferência de grade. "Talvez eu conseguiria pagar [a faculdade", mas
com muita dificuldade."
Para um amigo que queria estudar no mesmo local, mas não tinha condições, recomendou que
tentasse uma bolsa. "Só que é
muito mais difícil de conseguir."
No primeiro semestre deste
ano, dos 228 mil candidatos que
se inscreveram no programa de financiamento, 192 mil foram selecionados para a entrevista.
(ANA GABRIELA DICKSTEIN E LUIS RENATO STRAUSS)
Mais informações: www.mec.gov.br
e www.cef.gov.br
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