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RESUMÃO/ GEOGRAFIA
A riqueza da floresta amazônica
MÁRCIO MASATOSHI KONDO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Na bacia amazônica, que cobre
uma área de 7,05 milhões de km2
no Brasil, na Guiana, no Suriname, na Guiana Francesa, na Venezuela, na Colômbia, no Peru, na
Bolívia e no Equador, com sua
maior parte (3.904.392,8 km2) no
Brasil, circulam cerca de 20% das
águas fluviais do mundo.
A floresta amazônica, batizada
como hiléia por Humboldt, ocupa 5 milhões de km2 da área da bacia, e 90% dela está assentada em
terras firmes. Nelas, a floresta
possui árvores altas (60 m a 65 m),
latifoliadas, que formam um "teto" de copas bastante denso.
Com 30 mil espécies de plantas
e 2,5 mil de árvores, ela está sendo
ameaçada pela ação das madeireiras, dos garimpos e da ocupação
agropecuária desordenada. Cerca
de 15% da floresta já foi devastada. A exploração dos 70 bilhões de
m3 de madeira comercializável é
feita por mais de 2.000 madeireiras; apesar de o solo da floresta ser
considerado pobre, a colonização
agrícola, a pecuária e a cultura da
soja destruíram, por derrubada e
queimada, mais de 320 mil km2 na
Amazônia Legal (AC, AM, AP,
PA, RO, RR,TO, MT e oeste do
MA) ao longo, principalmente,
das rodovias de penetração (BR-010, BR-222, BR-230, BR-319 e
BR-364); os garimpos de ouro e
cassiterita (estanho) no Pará, em
Rondônia, no norte de Mato
Grosso e no Amapá abriram
enormes clareiras na floresta e poluíram os rios. Recentemente, foi
sugerido o uso de agentes químicos e de um fungo para destruir as
plantações de coca na Colômbia,
sem que se saiba quais poderiam
ser as consequências ambientais.
As indústrias farmacêutica e de
cosméticos também agem na hiléia, pesquisando, muitas vezes
clandestinamente (biopirataria),
insetos, plantas e animais que podem gerar até US$ 50 bilhões.
Além disso, as guerrilhas colombianas (Farc, ELN, AUC), ligadas aos narcotraficantes, ao fugir do Exército da Colômbia
-que conta com apoio dos Estados Unidos-, ameaçam invadir
o espaço brasileiro, criando um
risco de vietnamização da área. A
revitalização do Projeto Calha
Norte mostra a preocupação dos
militares com a segurança regional. Idealizado em 1985, em meio
às tentativas dos países ricos de
criar uma zona de exclusão na
Amazônia (região pouco populosa e povoada, sem infra-estrutura,
mal demarcada e sem vigilância,
com problemas sociais e ambientais), o projeto pretendia ocupar e
desenvolver ordenadamente a região norte da área.
Com poucos recursos, o projeto
restringiu-se à proteção dos 6.000
km de fronteira, e as outras ações
foram definidas pelo Plano de
Desenvolvimento da Amazônia,
executado insatisfatoriamente.
Márcio Masatoshi Kondo é professor do
Objetivo em Americana, do CLQ-Objetivo em Piracicaba e em Limeira e do Positivo em Capivari
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