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CARREIRA
Relações públicas cuida do plano de comunicação das empresas
Profissional elabora plano estratégico para fortalecer a identidade da empresa
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
Imagine o seguinte cenário:
uma indústria tem um problema, ocorre um vazamento e esse produto contamina o solo e a
água na região. Enquanto técnicos vão cuidar especificamente do vazamento, um outro
profissional entra em ação: o
relações públicas.
Ele será responsável por
manter informada a imprensa,
além de, por exemplo, cuidar
para que haja um telefone para
atender às dúvidas da população. A gestão de crise, como é
chamada essa situação no jargão da profissão, é uma das
muitas atribuições do relações
públicas ou, simplesmente, RP.
Mas este é apenas um item
do plano de comunicação de
uma empresa, elaborado pelo
RP e por uma equipe multidisciplinar com o objetivo de preservar a imagem e a reputação
do negócio e, ao mesmo tempo,
inserir a organização na comunidade, com pesquisas de mercado e de opinião.
Essa preocupação vale tanto
para o público externo (consumidores, fornecedores, imprensa etc.) como para o interno (funcionários, sócios etc.).
Assim, esse plano servirá para definir o mote de campanhas
de propaganda e educacionais,
o conteúdo de sites e blogs,
eventos e ações promocionais.
Para atingir o público interno,
as ferramentas podem ser intranet, jornais, informes em
murais, palestras e seminários.
Em geral, o RP acaba não
aparecendo muito por ficar alocado em outros setores, como
no departamento de marketing
ou no de recursos humanos.
"Mas existe uma diferença
básica entre o profissional de
marketing e o de RP: o primeiro
trabalha mais a questão da gestão do negócio e do produto e o
segundo se volta para a identidade corporativa e o posicionamento da empresa", explica
Margarida Maria Krohling
Kunsch, coordenadora do curso de relações públicas da ECA-USP. "É algo mais abstrato, mas
não há espaço para improvisação na área. As ações são sempre embasadas em pesquisas."
Mercado
Há oportunidades de trabalho na esfera governamental,
na iniciativa privada e em organizações do terceiro setor.
"Um outro campo que se
abre é a parte de responsabilidade social e sustentabilidade
das empresas. Os impactos social e ambiental passaram a ter
mais importância", afirma Dalva Aleixo, professora da Unesp
em Bauru (328 km de São Paulo). "Daí a preocupação em
educar a população sobre reciclagem e consumo de água, por
exemplo", diz Dalva.
Os cursos de graduação em
comunicação social com habilitação em relações públicas,
normalmente com duração de
quatro anos, visam formar um
gestor da comunicação.
Por muito tempo, o trabalho
do profissional de RP ficou associado apenas à organização
de eventos, mas isso tem mudado. "A atuação do relações públicas é mais estratégica e acontece junto à direção da corporação para estabelecer as políticas de relacionamento", afirma
Fábio França, professor da
Universidade Metodista de SP.
"Os eventos são importantes,
mas são uma das ferramentas",
concorda Valdir Cimino, coordenador do curso da Faap.
Não existe um piso salarial
para a categoria e é preciso ser
filiado ao Conselho Federal dos
Profissionais de Relações Públicas para exercer a profissão.
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