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TELEVISÃO
Gilberto Braga afirma à Folha que a malvada Laura não dará uma "banana" ao Brasil, como o vilão de "Vale Tudo"
"Celebridade" terá fim moralista, diz autor
DA REPORTAGEM LOCAL
O que será da malvada Laura
Prudente da Costa, a vilã mais falada do país, interpretada por
Cláudia Abreu em "Celebridade"?
Após tantas falcatruas, dará
uma "banana" ao Brasil, como fez
o criminoso Marco Aurélio (Reginaldo Faria) na clássica cena em
que foge de avião impunemente,
no final de "Vale Tudo" (1988)?
"Banana para o Brasil certamente não", responde à Folha
Gilberto Braga, autor das duas
novelas das oito da Globo.
"Não ia querer repetir uma coisa que escrevi eu mesmo. Repito
quando não há outro jeito, e esse
não é o caso", afirma Braga.
Para ele, o cenário brasileiro da
época pedia a "banana". "A situação é totalmente outra. Em 1988,
[os autores] Aguinaldo [Silva],
Leonor [Bassères] e eu queríamos
fazer uma denúncia à impunidade. Agora, estou escrevendo com
meus co-autores um novelão bastante fantasioso, que deverá ter
um final moralista, acredito."
Segundo o autor, o desfecho de
"Celebridade" ainda não foi resolvido. A novela das oito tem o último capítulo previsto para junho e
será substituída por "Senhora do
Destino", de Aguinaldo Silva.
Doce
A primeira novela dessa fase de
"ouro" a terminar será a das seis,
"Chocolate com Pimenta", na
próxima semana (a das sete, "Da
Cor do Pecado", acaba em agosto). Focada em comédia e romance quase infantil, a trama tirou a
Globo de grave crise no horário.
No mês passado, bateu 40 pontos de média no Ibope e foi sintonizada por mais de 2 milhões de
domicílios na Grande SP. São
quase 800 mil a mais do que os
que assistiram à antecessora,
"Agora É que São Elas", em abril
de 2003. "Chocolate" apostou na
idéia de que o telespectador estava cansado da violência e queria
mais "doçura". Acertou.
As cenas de comédia pastelão tiveram efeito de bomba na concorrência dos violentos telejornais da tarde. O "Brasil Urgente",
de José Luiz Datena (Band), acabou com o ibope cortado ao meio.
Dos 6,6 de média em 2003 -dados do mês de abril-, caiu para
3,2 neste ano. Perdeu a audiência
de 164 mil domicílios na região
metropolitana. O "Cidade Alerta"
(Record) passou de 6,9 para 5,9,
uma queda de quase 57 mil casas.
O autor, Walcyr Carrasco, prefere não apostar em teses, mas no
argumento normalmente usado
pelos escritores: "Deu certo porque houve afinação de texto, elenco e direção. Todo mundo "comprou" a idéia de uma comédia romântica, não realista, com tom de
interpretação diferenciado".
A próxima das seis, um "remake" da consagrada "Cabocla"
(1979), seguirá a linha "rural". A
recriação da novela de Benedito
Ruy Barbosa terá briga de coronéis e romance com desencontros. Passará também pela questão da disputa por terras.
(LAURA MATTOS)
Colaborou Marcio Pinheiro, free-lance para a Folha
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