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Crítica
Chou tem cardápio com boas idéias, mas comida ainda carece de ajustes
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
O lugar é muito atraente.
Uma casa com entrada
discreta numa rua
tranqüila, um salão confortável
e um quintal de antigamente,
com mesas sob árvores e jardim
de ervas. É o cenário do Chou.
O restaurante pertence à
chef paulistana (mas criada numa fazenda do interior do Estado) Gabriela Barreto, 29 anos,
mas com experiência já considerável. Estudou cozinha em
Paris, onde estagiou no Grand
Véfour, abriu um restaurante
na Catalunha, trabalhou em
outros no País Basco, viajou pela Argentina (onde trabalhou
com Francis Mallmann) e no
Brasil trabalhou com Clô Dimet e Paola Carosella.
Desta última -e do mestre
delas, Mallmann- herdou o
pendor pela simplicidade e pelo
valor bruto dos alimentos. Agora em seu restaurante procurou, em suas palavras, oferecer
uma comida fresca, descomplicada e despretensiosa, com
produtos da estação. Como o
cardápio anuncia.
A comida é agradável como o
lugar, mas nem tudo é o que
promete. Em vários casos, parece que são boas idéias sobre
as quais ainda falta pegar a mão
direito. O cardápio é curioso,
são 13 entradas e apenas cinco
pratos -um convite, como está
escrito, a "beliscar, partilhar e
lamber os dedos" nos petiscos,
parte dos quais, como os grelhados sugeridos em seguida,
são preparados na churrasqueira de lenha.
Boa sugestão são os fritelle
de ricota com sálvia fresca e anchovas espanholas (embora o
gosto das anchovas cumpra o
anunciado pelo garçom, "são
tão delicadas que nem se percebe", um desperdício, portanto).
Há também uma cavalinha
grelhada inteira, faltou sal, mas
tem condimentos refrescantes
e cítricos bem agradáveis. Bons
cogumelos com molho de avelãs e parmesão. E ainda berinjelas queimadas com tomate-cereja e manjericão; e gostosa
mandioca grelhada no carvão
com sal grosso marinho e orégano fresco.
Entre os pratos principais, os
grelhados, algo estranho a canela de cordeiro marinada com
alecrim e pimenta-do-reino,
um corte tão duro (é de onde
vem o ossobuco) que normalmente é feito em longo cozimento; aqui, apenas grelhado,
estava imordível. Já a costeleta
de porco com tomilho e limão
estava, como prometia o cardápio, tenra e suculenta.
josimar@basilico.com.br
CHOU
Avaliação: regular
Endereço: r. Mateus Grou,
345, Pinheiros, tel. 0/xx/
11/3083-6898
Funcionamento: qua., das
20h à 0h; qui. a sáb., das
20h à 1h
Ambiente: uma casa ainda
com ares de residência,
bem arrumada, com quintal
e tudo
Serviço: bem informado,
atencioso
Vinhos: a oferta não é tão
ampla, mas variada e de
boa qualidade
Cartões: Master e Dinners
Estacionamento com
manobrista: R$ 10
Preços: couvert, R$ 9;
entradas, R$ 11 a R$ 21;
pratos principais, R$ 28 a
R$ 38; sobremesas,
R$ 12 a R$ 29
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