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Prêmio Multishow sofre de conflitos da adolescência
Em sua 15ª edição, evento do canal pago tenta se adequar
à falta de novos nomes premiando antigos vencedores
Ivete Sangalo, mais uma vez, foi a grande vencedora da noite e vocalista do NX Zero, melhor cantor, em votação ditada pelos fãs
LEANDRO FORTINO
DA SUCURSAL DO RIO
O Prêmio Multishow de Música Brasileira chegou à sua 15ª
edição com os conflitos de um
adolescente nessa idade. Entre
os indicados, poucos artistas
novos e várias figuras manjadas
de suas edições anteriores deram aquela sensação de "já vi
esse filme".
E viu mesmo. Mais uma vez
Ivete Sangalo foi a grande premiada da noite (melhor cantora
e DVD, o "Ao Vivo no Maracanã"), mais uma vez Vanessa da
Mata levou melhor música
("Boa Sorte/ Good Luck").
Os únicos que nunca haviam
levado nenhum prêmio do canal pago foram, obviamente, os
indicados a artista revelação. A
banda Strike saiu vitoriosa nessa categoria, que foi abocanhada no ano passado pelo fenômeno fonográfico NX Zero.
A banda paulista conquistou
os prêmios de melhor grupo e,
pasmem, melhor cantor, para
Di Ferrero, desbancando medalhões como Caetano Veloso.
É claro que não se pode desconsiderar o fato de que todos
os artistas foram indicados e
escolhidos pelos espectadores
do Multishow. Mas entregar a
decisão aos fãs dos artistas dá
no que deu: só os grandes vendedores de CDs, sem surpresas,
levaram as estatuetas.
Neste ano a festa foi comandada por Lázaro Ramos, que
correspondeu bem à tarefa de
entreter a platéia durante os intervalos da transmissão.
Boas idéias surgiram e foram
bem exploradas. Interpretando
"Fullgás", os indicados ao prêmio revelação dividiram o microfone para cantar o hit de
Marina (o resultado foi bem
melhor que a patética homenagem a Lulu Santos). "Eu mereço", afirmou, sem modéstia, o
cantor em decadência.
Também funcionou a piada
de colocar sósias das indicadas
a melhor cantora escondidas
no meio da platéia (a drag
queen escolhida para ser Ana
Carolina roubou o show).
Talvez o maior problema do
evento foram os apresentadores de prêmios, todos supercariocas. Em uma festa para a
música brasileira, faltaram sotaques regionais. E, pior, sem
roteiro, eles não falaram nada
de interessante. Essa total falta
de assunto mostra que a nossa
música precisa de gente nova.
E, se depender novamente da
votação popular, muito pouco
deverá mudar em 2009.
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