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Críticos de arte questionam obra
DA REDAÇÃO
Para críticos de arte brasileiros,
a idéia de Wim Delvoye não vai
muito além do choque gratuito.
"Quando Piero Manzoni, já há
mais de 40 anos, produzia suas latinhas de "Merda de Artista", contava a seu favor, pelo menos, com
certa novidade. Se é que novidade
é, em si, qualidade", pondera Olívio Tavares de Araújo. "O problema não está em o material ser cocô, xixi, chocolate, sangue de barata, esperma de polvo ou qualquer outra coisa igualmente insólita. O problema está em querer
"épater le bourgeois" [chocar o
burguês], despertar o escândalo e
fazer com que a esquisitice por si
só adquira foros de arte", continua Araújo.
"O que me deixa estarrecida é a
escala e os valores envolvidos, como se garantissem alguma coisa.
Por que uma cloaca desse tamanho, a não ser para ganhar a mídia?", questiona Lisette Lagnado.
Para Tadeu Chiarelli, "Cloaca"
"estetiza os atos de ingerir e defecar, retirando do corpo humano
essas funções. Transforma todo o
sistema em mercadoria, em fetiche".
(ALEXANDRA MORAES)
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