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Coleção retrata grandes nomes da bossa nova
Série da Folha começa no próximo domingo com Tom Jobim e Dick Farney
Vinte livros-CDs, que serão lançados semanalmente até dezembro, têm textos de Ruy Castro, fotos, letras, faixas raras e discografia
DA REPORTAGEM LOCAL
Chega às bancas, no próximo
domingo, dia 10, a Coleção Folha 50 Anos de Bossa Nova.
Composta por 20 livros-CDs, a
série vai traçar ao longo de 19
semanas um panorama desse
estilo musical derivado do samba que continua sendo cultuado no Brasil e no exterior.
Os dois primeiros volumes
-dedicados, respectivamente,
a Antonio Carlos Jobim e Dick
Farney- serão vendidos juntos, no sistema "leve 2 e pague
1". Outros expoentes, como Vinicius de Moraes, Baden Powell, Carlos Lyra, Nara Leão,
João Donato e Johnny Alf,
também terão suas obras focadas em volumes posteriores.
"As pessoas continuam apaixonadas pela bossa nova", diz o
jornalista, escritor e colunista
da Folha Ruy Castro, autor dos
textos da coleção. "Hoje você
pode ver numa loja uma parede
inteira de CDs de bossa nova.
Raramente há uma semana
que não tenha um show do Roberto Menescal, da Wanda Sá,
do Carlinhos Lyra ou do Marcos Valle. Além disso, tem uma
garotada nova tocando muita
bossa nova por aí."
Autor de livros dedicados ao
estilo, como "Chega de Saudade - A História e as Histórias da
Bossa Nova" (1990) e "A Onda
que se Ergueu no Mar - Novos
Mergulhos na Bossa Nova"
(2001), Castro traça para a coleção da Folha perfis de 20 de
seus compositores, intérpretes
e instrumentistas mais significativos.
João Gilberto
O escritor lamenta o fato de
João Gilberto, músico essencial na criação da bossa nova,
ter recusado o convite para participar da coleção por não aceitar o modelo proposto.
"João Gilberto tem todo o direito de se esconder em casa, de
não sair à rua nem para comprar um retrós. Mas a sua obra,
de certa maneira, já não lhe
pertence integralmente. Ela faz
parte do patrimônio da humanidade. João não deveria cercear a sua divulgação", diz.
Castro acha que a lista dos 20
nomes escolhidos para a série
pode até não agradar a todos os
fãs do gênero, mas acredita que
essa é uma reação natural, tratando-se de uma corrente musical que revelou tantos grandes talentos.
"As possíveis discordâncias
que as pessoas possam ter em
relação a esses 20 artistas só
demonstram a força da bossa
nova. Tirando Tom, Vinicius,
Baden, Carlinhos Lyra e mais
um ou outro nome que são
obrigatórios, você poderia fazer
outra lista inteiramente diferente de grandes artistas", observa ele.
Além de sintetizar a obra e a
personalidade do artista focalizado, cada volume da coleção
traz as letras das canções incluídas no respectivo CD. Inclui também frases do músico,
discografia selecionada, bibliografia e lista de participações
em projetos especiais e trilhas
sonoras.
Na seleção para as faixas dos
CDs, houve a preocupação de
incluir, quando possível, gravações menos comuns. É o caso,
por exemplo, de três faixas do
CD dedicado a Roberto Menescal (volume 11), que foram lançadas originalmente no compacto duplo "Bossa É Bossa",
em 1959, pela gravadora
Odeon. "Esse foi o primeiro
disco que trouxe a expressão
bossa nova na capa. E essas gravações nunca tinham saído antes em CD", comenta Castro.
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