São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008 |
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EXPOSIÇÃO Mostra na Leme explora limites entre foto e pintura
EDER CHIODETTO
Os limites cada vez mais
difusos da representação entre a fotografia e a pintura,
trazidos agora para o campo
do retrato, são a questão central que permeia a mostra coletiva "Portrait II", que abre
hoje, às 19h, na Galeria Leme, em São Paulo.
Com obras de 11 artistas
estrangeiros, "Portrait II"
apresenta dois pintores e nove artistas que trabalham
com a fotografia em diferentes plataformas.
A pintura de pinceladas
densas e de representação
caricatural do espanhol
Enrique Marty faz contraponto com o retrato fotográfico de um senhor tatuado,
do suíço Yann Gross. É a tinta sobre madeira e a tinta sobre pele. O corpo como tela
também está no retrato de
um negro albino, por Pieter
Hugo, em que a falta de pigmento da pele faz contraponto à intensidade cromática da paisagem.
Mas é nos dois retratos da
alemã Loretta Lux que a imbricação entre pintura e fotografia chega ao auge. Após
fotografar crianças "como
metáfora do paraíso perdido", segundo a própria, as
imagens passam por um tratamento meticuloso que finda por impregnar na imagem
uma hiper-realidade que denota, na verdade, uma certa
fratura do real.
As crianças, aparentemente angelicais, nos afrontam
com um olhar perturbador,
que parece ocultar revelações temíveis. Entre camadas de pixels ou de tinta, o
semblante humano, no qual
sentimentos se mostram e se
ocultam, segue como um
vasto campo para artistas
que percebem nele uma chave de acesso aos labirintos da
subjetividade do homem.
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