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FILMES
TV PAGA
Antitelevisivo, Tom Zé gira contínuo na televisão
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
A exibição contínua do show
"Jogos de Armar", de Tom Zé, até
a próxima quinta, no Canal 605 da
DirecTV, dá chance de reflexão
sobre algumas das transformações por que passam as relações
entre música e TV.
"Jogos de Armar" (2000), já lançado em DVD, era um show do
artista tropicalista que explorava
rebeldias como expor a construção do próprio espetáculo, desmontar a relação de idolatria entre público e artista, falar palavrões (Tom Zé acreditou ter sido
censurado por isso, à época).
Enfim, brincava de ser anticomercial -e, portanto, antitelevisivo. E, ironia, lá está ele exibido
em tempo quase integral, ainda
que num longínquo canal de número 605. Por trás disso, se vê tanto a marginalização a que a MPB
foi confinada pela TV quanto um
momento em que esses laços dão
lentos sinais de serem reatados.
Pois o auge do casamento TV-música popular (de que Tom Zé
participou), nos anos 60, foi a era
dos festivais da Record -em que
a MPB reinava na TV, sem rivais.
Então vieram os 70 e a hegemonia da Globo. Música virou paisagem de fundo para poses de galãs
e mocinhas nas novelas -o rosto
dos músicos perdeu espaço, foi
morar no populismo dos programas de auditório, virou moeda furada na tesouraria da audiência.
Pois a maré começa a mudar a
partir do advento do DVD, no final dos 90. Ganhando popularidade, os shows voltam a ocupar
espaço (ainda que, até aqui, quase
só nas TVs fechadas). E lá surge o
veterano Tom Zé na boca de cena,
fazendo na TV tudo que se convencionou que não presta para a
TV -música densa, experimentação, crítica social, anti-ilusionismo... Esse balé irônico de desacertos promete emoções imprevisíveis nos próximos capítulos.
JOGOS DE ARMAR - Show de Tom Zé, no
Canal 605, até dia 7, às 12h, 14h, 16h,
18h, 20h, 22h e 0h.
TV ABERTA
"Hatari!" é um dos grandes da história do cinema
Com 007 Só se Vive Duas Vezes
SBT, 12h25.
(You Only Live Twice). Inglaterra, 1967,
125 min. Direção: Lewis Gilbert. Com
Sean Connery, Tetsuro Tamba, Akiko
Wakabayashi, Donald Pleasence. A
Spectre do supercriminoso Pleasence é
responsável pelo desaparecimento de
foguetes das duas superpotências, EUA e
URSS (era assim, na época). Para evitar
que elas entrem em guerra, 007 tem de
entrar em ação.
Kazaam
Record, 16h.
(Kazaam). EUA, 1996, 92 min. Direção:
Paul Michael Glaser. Com Shaquille
O'Neal, Francis Capra. Shaquille faz uma
espécie de gênio da lâmpada. Shaquille é
bom para jogar basquete. Aqui, só bola
fora.
Os Caça-Fantasmas
Record, 20h30.
(The Ghostbusters). EUA, 1984, 99 min.
Direção: Ivan Reitman. Com Bill Murray,
Dan Aykroyd, Harold Ramis, Sigourney
Weaver. Comédia de grande sucesso a
seu tempo, sobre quatro cientistas que
abrem uma agência cujo objetivo é caçar
fantasmas.
O Imbatível
SBT, 22h35.
(Undisputed). EUA, 2001, 94 min.
Direção: Walter Hill. Com Wesley Snipes,
Ving Rhames, Peter Falk. Campeão de
boxe da cadeia (outrora um boxeador de
futuro) topa campeão de verdade, que
foi condenado por estupro. Mais cedo ou
mais tarde a disputa terá que se dar entre
os dois homens, para saber quem é o
campeão mesmo. E há quem bote lenha
na fogueira.
Hatari!
Bandeirantes, 1h30.
(Hatari!). EUA, 1962, 159 min. Direção:
Howard Hawks. Com John Wayne, Elsa
Martinelli, Red Buttons. Wayne lidera um
grupo de caçadores na África. Dito assim,
não quer dizer nada. Cena por cena, puro
gênio. Um dos grandes filmes do cinema
em todos os tempos.
Charlotte Gray - Paixão sem Fronteiras
Globo, 1h40.
(Charlotte Gray). Inglaterra/EUA, 2001,
121 min. Direção: Gillian Armstrong.
Com Cate Blanchett, Billy Crudup.
Charlotte é a moça inglesa que, durante
a Segunda Guerra, decide ir à França a
fim de reencontrar o namorado, aviador.
Para tanto, ela aproveita do fato de que
fala francês à perfeição e se alista no
serviço secreto. Inédito.
Canção da Liberdade
SBT, 2h05.
(Freedom Song). EUA, 2000, 150 min.
Direção: Phil Alden Robinson. Com
Danny Glover, Vicellous R. Shannon,
Loreta Devine. A luta pelos direitos civis
dos negros, no início dos anos 60, tendo
o pacifismo por estratégia. No centro, um
jovem revoltado com a cabeça baixa
manifestada pelo pai diante dos brancos.
O assunto é relevante. Feito para TV
No Silêncio da Noite
Globo, 3h40.
(In a Lonely Place). EUA, 1949, 94 min.
Direção: Nicholas Ray. Com Humphrey
Bogart, Gloria Grahame, Frank Lovejoy.
Roteirista de cinema (Bogart) famoso por
seus acessos de violência leva para seu
apartamento moça que deve ser objeto
de seu próximo trabalho. A moça
aparece morta. Ele é suspeito. Gloria
Grahame, uma vizinha, testemunha a
seu favor. Mas a dificuldade de viver do
roteirista continuará intocada. Ela, assim
como Hollywood, são os objetos centrais
deste filme brilhante. P&B.
Por que Tem que Ser Assim?
SBT, 4h10.
(The Heart Is a Lonely Hunter). EUA,
1968, 123 min. Direção: Robert Ellis
Miller. Com Alan Arkin, Sondra Locke,
Stacy Keach. Embora surdo-mudo, John
Singer (Arkin) saberá se comunicar com
o mundo, em especial com um jovem
adolescente. Drama muito forte de
Miller. Só para São Paulo.
(IA)
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