São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004

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PERSONALIDADE

Cerimônia reservada só para família e amigos próximos faria parte de desejo do ator, morto na última quinta

Corpo de Marlon Brando deve ser cremado

DA REDAÇÃO

O corpo do ator Marlon Brando, que morreu na última quinta-feira, aos 80 anos, deve ser cremado em uma cerimônia reservada, apenas para amigos e familiares, provavelmente em sua terra natal, Omaha, no Estado americano de Nebraska.
De acordo com o advogado do ator, David J. Seeley, fazia parte dos últimos desejos de Brando ter um funeral privado, escapando do que ele chamava de "prisão da fama" e de Hollywood.
Segundo amigos próximos, suas cinzas serão jogadas ao mar, nas imediações de um atol da Polinésia Francesa, um dos lugares favoritos do ator. Brando tinha uma propriedade na região, que conheceu em 1960, ao participar das filmagens de "O Grande Motim" e onde ficou recluso por mais de dez anos.
Foram as únicas informações fornecidas sobre o enterro até o fechamento desta edição.
Brando morreu no centro médico da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), vítima de complicações pulmonares.
Estrela de filmes como "O Poderoso Chefão", "Sindicato de Ladrões" e "O Selvagem", ele nasceu em 3 de abril de 1924, filho de um vendedor e de uma atriz que liderava um grupo de teatro local. Anos depois, foi mandado para uma academia militar em Minnesota, mas acabou sendo expulso.
Durante a infância sofreu com o alcoolismo dos pais e sempre disse que a história de sua vida era "uma busca pelo amor". Sua raiva reprimida era vista pelo ator e por muitos de seus críticos como a real fonte de inspiração para seus trabalhos.
O ator estudava fazer um novo filme, chamado "Brando and Brando", no qual interpretaria a si mesmo. As filmagens estavam marcadas para começar em agosto. O diretor Ridha Behi, que também é responsável pelo roteiro, disse que a produção vai continuar mesmo após a morte do ator. "Eu estou muito triste e paralisado. Chocado, eu diria. Mas vou fazer o filme mesmo assim. Será minha homenagem a ele."

Condolências
O presidente dos EUA, George W. Bush, lamentou anteontem a morte de Brando: "Os Estados Unidos perdem um grande ator do teatro e do cinema", afirmou Bush em um comunicado divulgado pela Casa Branca. "Muitos fãs e admiradores sentirão sua falta. [A primeira-dama] Laura e eu enviamos nossas orações e condolências a sua família e amigos."
O comentário de Bush se uniu ao coro de atores e cineastas do mundo inteiro sobre a morte do ator. Para Dennis Hopper, "felizmente todo o seu trabalho está nos filmes, assim seguirá influenciando as futuras gerações".
Harry Dean Stanton, que trabalhou com Brando em sua única experiência como diretor, no filme "A Face Oculta" (1961), disse "ser uma pena não terem lhe dado a chance de dirigir novamente".
O produtor Robert Evans, também uma lenda de Hollywood, descreveu Brando como "a quintessência da originalidade". "Sinto uma grande tristeza pela perda de um dos melhores atores dos Estados Unidos."
"Ele revolucionou o conceito de interpretação nos Estados Unidos", afirmou o jornalista e seu amigo pessoal Larry King.


Com agências internacionais


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