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PERSONALIDADE
Cerimônia reservada só para família e amigos próximos faria parte de desejo do ator, morto na última quinta
Corpo de Marlon Brando deve ser cremado
DA REDAÇÃO
O corpo do ator Marlon Brando, que morreu na última quinta-feira, aos 80 anos, deve ser cremado em uma cerimônia reservada,
apenas para amigos e familiares,
provavelmente em sua terra natal,
Omaha, no Estado americano de
Nebraska.
De acordo com o advogado do
ator, David J. Seeley, fazia parte
dos últimos desejos de Brando ter
um funeral privado, escapando
do que ele chamava de "prisão da
fama" e de Hollywood.
Segundo amigos próximos,
suas cinzas serão jogadas ao mar,
nas imediações de um atol da Polinésia Francesa, um dos lugares
favoritos do ator. Brando tinha
uma propriedade na região, que
conheceu em 1960, ao participar
das filmagens de "O Grande Motim" e onde ficou recluso por
mais de dez anos.
Foram as únicas informações
fornecidas sobre o enterro até o
fechamento desta edição.
Brando morreu no centro médico da UCLA (Universidade da
Califórnia em Los Angeles), vítima de complicações pulmonares.
Estrela de filmes como "O Poderoso Chefão", "Sindicato de Ladrões" e "O Selvagem", ele nasceu
em 3 de abril de 1924, filho de um
vendedor e de uma atriz que liderava um grupo de teatro local.
Anos depois, foi mandado para
uma academia militar em Minnesota, mas acabou sendo expulso.
Durante a infância sofreu com o
alcoolismo dos pais e sempre disse que a história de sua vida era
"uma busca pelo amor". Sua raiva
reprimida era vista pelo ator e por
muitos de seus críticos como a
real fonte de inspiração para seus
trabalhos.
O ator estudava fazer um novo
filme, chamado "Brando and
Brando", no qual interpretaria a si
mesmo. As filmagens estavam
marcadas para começar em agosto. O diretor Ridha Behi, que também é responsável pelo roteiro,
disse que a produção vai continuar mesmo após a morte do
ator. "Eu estou muito triste e paralisado. Chocado, eu diria. Mas
vou fazer o filme mesmo assim.
Será minha homenagem a ele."
Condolências
O presidente dos EUA, George
W. Bush, lamentou anteontem a
morte de Brando: "Os Estados
Unidos perdem um grande ator
do teatro e do cinema", afirmou
Bush em um comunicado divulgado pela Casa Branca. "Muitos
fãs e admiradores sentirão sua falta. [A primeira-dama] Laura e eu
enviamos nossas orações e condolências a sua família e amigos."
O comentário de Bush se uniu
ao coro de atores e cineastas do
mundo inteiro sobre a morte do
ator. Para Dennis Hopper, "felizmente todo o seu trabalho está
nos filmes, assim seguirá influenciando as futuras gerações".
Harry Dean Stanton, que trabalhou com Brando em sua única
experiência como diretor, no filme "A Face Oculta" (1961), disse
"ser uma pena não terem lhe dado
a chance de dirigir novamente".
O produtor Robert Evans, também uma lenda de Hollywood,
descreveu Brando como "a quintessência da originalidade". "Sinto uma grande tristeza pela perda
de um dos melhores atores dos
Estados Unidos."
"Ele revolucionou o conceito de
interpretação nos Estados Unidos", afirmou o jornalista e seu
amigo pessoal Larry King.
Com agências internacionais
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