São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2011

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Festival de Brasília premia filme inédito e outro já exibido

"Hoje", de Tata Amaral, e "Meu País", de André Ristum, dominam a 44ª edição com cinco prêmios cada um

AMANDA QUEIRÓS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Em um ano marcado pelo fim da exigência do ineditismo como critério de seleção, o 44º Festival de Brasília dividiu seus principais prêmios de forma salomônica entre um filme totalmente novo e outro já exibido antes.
Na cerimônia de entrega, ocorrida na segunda à noite, foram cinco troféus Candango para o novíssimo "Hoje", de Tata Amaral, e outros cinco para "Meu País", de André Ristum, que já fora apresentado no Festival de Paulínia, em julho, de onde saiu sem prêmio nenhum. O filme entra em cartaz nesta sexta.
"Hoje" sagrou-se como melhor longa e embolsou R$ 250 mil. Sua trama revisita a ditadura militar sob o olhar de uma mulher que acaba de comprar um apartamento com a indenização do companheiro dado como morto durante o regime.
"Vamos usar todas as nossas forças para que a Comissão da Verdade se efetive e consiga contar nossa história com dignidade e respeito. Que nunca mais haja tortura no nosso país", afirmou Tata Amaral no discurso de premiação, referindo-se ao órgão que investigará abusos ocorridos durante a ditadura.
O filme ganhou também nas categorias de direção de arte, fotografia e roteiro. Houve ainda o prêmio de melhor atriz para Denise Fraga, que, conhecida por seus papéis cômicos, agradeceu à cineasta pela oportunidade de viver um personagem dramático complexo. Em 1995, ela já recebera esse mesmo Candango por "Felicidade É...".
Entre as premiações extraoficiais, "Hoje" também foi apontado como melhor longa pelo júri da crítica. Já "Meu País" foi tido como melhor filme pelo júri popular e levou os prêmios de montagem, trilha sonora e direção. O fato surpreendeu o próprio Ristum, que estreia em longas com esse título.
Rodrigo Santoro foi escolhido melhor ator por "Meu País" -ele já recebera o título em 2000, pela atuação em "Bicho de Sete Cabeças". Quando seu nome foi anunciado, houve um princípio de vaia, logo abortada.
A consagração de "Meu País" foi recebida com surpresa por ter sido avaliado pela crítica em geral como frio e asséptico.

A jornalista AMANDA QUEIRÓS viajou a convite do festival.


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