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Record escala mais heróis contra Globo
Apostando nos bombeiros do Rio, autora é otimista e espera o maior ibope da rede para "Chamas da Vida"
LEANDRO FORTINO
DA SUCURSAL DO RIO
Mais uma vez a Record vai
enfrentar a Globo com heróis.
Mas, diferentemente dos mutantes superpoderosos, a aposta será em gente real, os bombeiros do Rio. E é nesse universo de ação que gira a trama de
"Chamas da Vida", novela das
22h que estréia nesta terça.
Mas, segundo a sua autora,
Cristianne Fridman, o fato de
ser uma mulher escrevendo um
roteiro de ação traz mais romance, em especial o do casal
Leonardo Brício e Juliana Silveira. Ele é o bombeiro Pedro,
que mora em Tinguá, na Baixada Fluminense; ela é a produtora de vídeo Carolina, garota rica
do bairro da Urca.
"Em nosso grande incêndio
na fábrica de sorvetes, no capítulo de estréia, há toda uma seqüência de Pedro resgatando
Carolina. Então, ao mesmo
tempo, tem ação e romantismo.
Todos nós e todas nós precisamos de heróis", diz Fridman.
Apesar de o tema ter virado
moda na emissora, a autora garante que não houve nenhuma
orientação para seguir nessa linha. "Tive total liberdade, não
me pediram nada de herói.
Quando dizem que as pessoas
se identificam mais com os vilões é porque, mesmo sendo
maus, você vê neles uma humanidade. Os bombeiros também
cometem erros, então Pedro
tem um lado não-heróico, ele
não é perfeito. Já a vilã Vilma
[Lucinha Lins] não é só má, ela
faz coisas engraçadas."
Em "Chamas da Vida", Fridman pretende tocar em temas
delicados. Um personagem
contrai o HIV; outros consomem ecstasy. "Não gosto quando o tema se impõe aos personagens. Fica falso. Há personagens que organizam raves, tem
a ver consumir ecstasy. Essa é
uma questão séria, quero falar
sobre isso", diz.
Já com a idéia de criar um
personagem heterossexual e
mulherengo contaminado pelo
HIV, ela quer mostrar que o
portador do vírus da Aids não
vive uma sentença de morte.
"Vamos lidar com isso da forma mais natural. O Guilherme
[Roger Gobeth] é saudável, bonito. Quero mostrar que o HIV
não tem rosto", explica.
A autora, que já trabalhou na
dramaturgia da Globo, espera
que "Chamas da Vida" dê "o
maior ibope que a Record jamais teve". "Ninguém joga na
Mega-Sena para ganhar a quadra; o Fluminense não queria o
segundo lugar na Libertadores;
não vou entrar em campo para
dar pouco ibope", garante.
Fridman diz preferir trabalhar sem pensar na concorrência. "Não tenho assistido às novelas da Globo e vi um pouco de
"Mutantes" [da Record]. Acho
uma idéia inovadora, mas bem
diferente do meu estilo."
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