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Museu inglês trará ao parque Ibirapuera a exposição "A Bigger Splash", incluindo 109 obras de artistas britânicos produzidas entre 1960 e 2003
Tate Oca
FABIO CYPRIANO
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
Após o sucesso da mostra sobre
a cultura chinesa, a Oca, no parque Ibirapuera, em São Paulo,
promete mais um "blockbuster":
a partir de 4 de agosto, vem aí um
mergulho na arte londrina, com
"A Bigger Splash - Arte Britânica
da Tate, de 1960 até 2003".
O título é emprestado da obra
do pintor David Hockney reproduzida nesta página, uma das 109
a serem expostas. Curiosamente,
"Splash" retrata uma piscina na
ensolarada Califórnia (EUA), não
o estereotipado "fog" inglês.
A exposição, também organizada pela BrasilConnects, é realizada a partir de 56 artistas do acervo
da Tate, de Londres, e representa
uma estratégia internacional de
expansão do museu.
"Escolhemos o Brasil como primeiro país da América Latina para apresentar nosso acervo. Buscamos criar novas relações com
museus e instituições", afirma
Stephen Deuchar, diretor da Tate
Britain, um dos quatro braços da
Tate. "Desde que inauguramos a
Tate Modern [em 2000], vimos
nossa marca ganhar grande visibilidade e queremos aproveitar tal
inserção", diz o diretor.
"Isso mostra a boa relação que
temos com a Inglaterra. O Brasil
conquistou tal privilégio graças à
credibilidade alcançada por exposições internacionais que organizamos, como a sobre a Amazônia,
no British Museum, em 2001",
afirma Edemar Cid Ferreira, presidente da BrasilConnects.
Criada em 1897 por Henry Tate,
no prédio Millbank, às margens
do rio Tâmisa, a Tate possui três
filiais, todas na Inglaterra: a Tate
Liverpool, criada em 1988, a Tate
St. Ives, em 1993, e a Tate Modern,
em Londres. "Não pretendemos
criar outras filiais, seja na Inglaterra ou em outras partes do
mundo. Nossa proposta de expansão é com exposições, como a
do Brasil, ou virtual, pelo site da
Tate, projeto ao qual dedicamos
grande atenção", diz Deuchar.
No Brasil, além da Oca, o Instituto Tomie Ohtake receberá parte
da mostra, um segmento com sete
vídeos de artistas como Tracey
Emin, Douglas Gordon, Mona
Hatoum e Sam Taylor-Wood, da
badalada Young British Art (jovem arte inglesa) que tornou Londres a meca da arte contemporânea na década de 90.
As curadoras da exposição são
Joanne Bernstein e Catherin Kinley, ambas da Tate. "Começamos com uma seleção das figuras
emblemáticas da arte inglesa nos
anos 60, como David Hockney e
Francis Bacon, até chegar aos
anos 90, com os artistas da Young
British Art, cujo destaque é Damien Hirst", conta Bernstein.
Infelizmente, Hirst será visto
apenas na série "The Last Supper"
(A Última Ceia), composta por
gravuras, e não em suas obras
mais vibrantes, com os animais
-carneiros, tubarão e boi- dispostos em vitrines, às vezes seccionados em várias partes.
A mostra, que deve ficar em cartaz até 26 de outubro, está orçada
em US$ 2 milhões, rateados entre
BrasilConnects, British Council e
Tate, cada um, segundo Cid Ferreira, arcando com um terço.
O jornalista Fabio Cypriano viajou a
convite da associação BrasilConnects
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