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Celso Sim equilibra tradição e inovação
Em temporada paulistana, cantor lança terceiro CD, no qual busca novos arranjos para músicas como "Saudosa Maloca'
Compositor mais presente nos espetáculos do Oficina, músico faz show em
que canções ganham sonoridades rap e punk
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
O paulistano Celso Sim diz
que queria fazer um disco de
canções, mas escolheu como
produtor Paulo Lepetit, especialista em programações e
efeitos. O resultado peculiar é
"Celso Sim, Vamos Logo sem
Paredes!", que será lançado em
temporada que começa hoje,
no Sesc Avenida Paulista.
"Sei que me arrisquei bastante. O maior compositor de canções do Brasil, Chico Buarque,
diz que a canção morreu, mas
eu acho que não morreu. Só
que, ao chamar o Paulo Lepetit,
sabia que não seria um disco de
covers", conta Celso Sim, 39,
que levou sete meses para realizar a empreitada.
O exemplo mais nítido desse
delicado equilíbrio entre admiração e inovação é "Saudosa
Maloca". Vendo Adoniran Barbosa como um "compositor
trágico", ele criou há alguns
anos, ao lado do músico Gigante Brazil, um arranjo minimalista evocando "as frases de baixo de Itamar Assumpção".
"Mas o Paulo Lepetit achou o
arranjo festivo e fez outro, com
momentos de profunda tristeza. Ficou como eu queria", diz
ele. O que marca mais a versão é
a repetição em sonoridade rap
de "mandô derrubá". "Não parto do princípio "vou fazer diferente". O que me interessa é a
beleza", assinala.
Volume da voz
Celso Sim está ligado ao Teatro Oficina há 14 anos. Além de
atuar, é o compositor mais presente nos espetáculos do grupo
de José Celso Martinez Corrêa.
Só para a saga "Os Sertões"
compôs mais de cem músicas
-nem todas usadas.
"O Oficina dilacerou a minha
voz. Eu tinha que cantar músicas em falsetes terríveis, e minha voz aumentou muito. Depois, fui lapidando de novo meu
canto. Por isso, acho que este é
o meu primeiro disco de cantor
[embora seja o terceiro]. Ele sinaliza que ainda vou cantar de
um jeito João Gilberto", diz.
Se o inventor da bossa nova é
o ídolo maior de Celso Sim, naturalmente ele não tem "vontade nenhuma de aumentar o volume da voz". No entanto, em
outro caso de equilíbrio delicado, o disco tem faixas com mais
peso, e o show tem dois dos três
blocos com o que ele chama de
"sonoridade punk".
O primeiro é calcado no CD,
mas acrescido de uma versão
para "Carinhoso" -que está fora do disco, mas ficará disponível em www.celsosim.com.br
juntamente com a faixa-título- e outra para "As Curvas da
Estrada de Santos". O terceiro
tem "Saudosa Maloca" e mais
três. No bloco do meio, Arthur
Nestrovski, convidado especial, o acompanha ao violão em
quatro músicas, como "As Rosas Não Falam" e "Só Louco", e
Webster Santos em duas.
CELSO SIM, VAMOS LOGO SEM
PAREDES!
Quando: de hoje a 25/9; qua. e qui.,
às 20h
Onde: Sesc Avenida Paulista (av. Paulista, 119, 5º andar; tel. 3179-3700)
Quanto: de R$ 3 a R$ 12
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos
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