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"Eletrônico e pop
são as influências",
afirma vocalista
CHARLOTTE CRIPPS
DO "INDEPENDENT"
Os pais de Russell Lissack,
guitarrista da banda britânica
de indie rock Bloc Party, jamais levaram o filho e seus colegas muito a sério quando ensaiavam na sala de sua casa em
Chingford, Essex, em 2000.
Depois que o Bloc Party assinou com a gravadora independente Wichita, em abril de
2004, entretanto, seu álbum de
estréia, "Silent Alarm", chegou
aos dez mais da parada britânica e de outros 17 países.
A banda pretende entrar no
estúdio no terceiro trimestre,
para trabalhar em seu segundo
disco, antes de iniciar a maior
turnê que já realizaram no Reino Unido, em outubro.
A ascensão meteórica do
grupo quer dizer que Lissack e
seus colegas deixaram de levar
vidas normais. Gordon Moakes, o baixista, revela que um
longo relacionamento acaba
de se encerrar e que ele nunca
tem tempo para ver os amigos.
"Eu só consegui enviar aos
meus amigos mais íntimos
uma cópia do disco, acompanhada por um bilhete que lhes
conta o que ando fazendo", diz
Moakes, 28.
A banda sempre esteve convicta de que tem o que falta a
muitos outros grupos. "Estamos sempre procurando encontrar novas maneiras de tocar", diz Okereke, 23, vocalista,
compositor e guitarrista do
Bloc Party. O que realmente o
preocupa é que vivam cercados de puxa-sacos. "Eles passam o tempo todo nos dizendo
que somos o máximo", afirma.
"É preciso sempre manter distância com relação a esse tipo
de atitude", continua.
Sobre o desgaste causado pelas turnês constantes, a banda
parece animada. "A única coisa que me impede de ficar realmente entusiasmado é que
surgem muitas coisas que você
nem imaginava quando começou. É uma vida interminável,
e sempre insatisfatória, porque
temos sempre o próximo disco
a gravar e a próxima turnê para iniciar", diz Okereke.
O Bloc Party já foi classificado como banda de art rock, de
punk funk, ou como uma banda punk autodidata, e influências de bandas pós-funk como
o Sonic Youth, Joy Division,
Gang of Four e The Cure são
apontadas em seu trabalho. E
ainda que Okereke diga que
percebe similaridades com o
trabalho do Cure, ele não tem
nem sequer um disco da banda em sua coleção.
"Eletrônico, rhythm'n'blues
e pop influenciam a maneira
pela qual criamos as nossas
canções, e não apenas as bandas dos anos 70 e 80", destaca
Okereke. Ele alega que suas
maiores influências são bandas de britpop como o Elastica
e o Suede, além de Smashing
Pumpkins e o Weezer, que é
meio grunge, meio nerd. "Devemos muito crédito a essas
bandas", diz o vocalista. "As
pessoas precisam saber disso
quando nos analisam."
Tradução Paulo Migliacci
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