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Por trás da "modernidade" de "Metamorphoses", Record planeja retomar o velho esquema da produção caseira
Operação reversível
DA REPORTAGEM LOCAL
E DA REDAÇÃO
Uma das principais novidades
propagadas pela Record sobre
"Metamorphoses" é o esquema
de produção independente. Diferente da Globo -que construiu
central de estúdios e cidades cenográficas para dar conta de produzir sua teledramaturgia-, a
Record optou por deixar o trabalho com a produtora Casablanca.
O formato já é uma tendência
nos Estados Unidos e na Europa e
começa a ganhar espaço na TV
brasileira. Mas não é exatamente
com esses olhos "futurísticos"
que a Record enxerga a parceria.
O presidente da rede, Dennis
Munhoz, disse à Folha que, se
"Metamorphoses" fizer sucesso, a
emissora irá ampliar a teledramaturgia na programação -e voltar
a produzir tudo em casa.
"A partir do momento que notarmos que novela é o produto
que estamos dispostos a fazer,
que deu um bom retorno de audiência, começará a ser financeiramente viável produzir aqui. Se
fizermos três, quatro novelas por
ano, é mais viável ter essa estrutura de produção montada", disse.
Ele afirmou que a decisão por
produção independente se deve
ao custo do projeto. "Se a gente
fosse fazer aqui uma novela agora,
o custo inicial seria muito maior,
porque teríamos de investir em
equipamentos, estúdios. Estamos
fazendo um produto de ponta, no
nível das novelas da Globo."
A Casablanca detém a cara tecnologia de câmeras de alta definição, o que irá facilitar a exportação de "Metamorphoses" para
países que já possuem TV digital.
Um deles é o Japão -o país da
máfia inserida na história.
"Temos uma boa perspectiva de
venda. Além disso, a Record internacional já está nos Estados
Unidos, Canadá, Inglaterra, Portugal e outros países", disse.
Fora isso, o esquema de produção independente traz à emissora
a vantagem do contrato de risco:
se der certo, paga mais à produtora e amplia a parceira. Se der errado, reverte-se a operação.
Plástica
A dona da produtora Casablanca, Arlete Siaretta, 50, é o cérebro
de grande parte das jogadas de
marketing de "Metamorphoses"
e do próprio enredo mirabolante.
À Folha, ela disse, por e-mail,
que se submeteu a apenas uma cirurgia plástica. E assumiu toda a
responsabilidade pela trama.
""Metamorphoses" é um projeto
que vem sendo maturado por
mim há dois anos. A Casablanca
criou um núcleo de roteiristas que
recebe minha orientação", disse.
Um deles é José Louzeiro, autor
das novelas "Corpo Santo" (1987)
e "Guerra sem Fim" (1994/94), da
extinta TV Manchete. "Os roteiristas exercem papel importante
nessa novela. Na condição de responsável pelo produto final negociado com a Record, estou à frente. O contrato deixa claro o que se
pretende em termos de enredo e
mensagem com a novela."
Ela diz não temer a rejeição do
público com as inovações. Cobiça
20 pontos no Ibope -o dobro da
maior audiência hoje obtida pela
Record- apostando alto na metamorfose do gosto popular.
(LAURA MATTOS e MÁRVIO DOS ANJOS)
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