|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
20ª Bienal reforça papel de grande feira de livros
Editoras como a Sextante e Record esperam um aumento de 30% nas vendas
Best-sellers e livros infanto-juvenis são as grandes
apostas; neste ano, grupo
Ediouro prefere investir na
divulgação e não faz vendas
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
A 20ª Bienal Internacional
do Livro de São Paulo começa
hoje reforçando seu caráter de
mercadão da produção editorial brasileira. Até o dia 24 de
agosto, o Anhembi abriga 900
selos editoriais, que expõem
mais de 200 mil títulos, sendo
4.000 lançamentos. Ao todo,
serão mais de 2 milhões de livros à venda, contra 1,5 milhão
na última edição, em 2006.
A Sextante, que tem como
apostas os romances "A Cabana" e "O Totem do Lobo", quase
duplicou o tamanho de seu estande -de 100 m2 em 2006, para 190 m2 este ano-, colocará
20 mil exemplares à venda e
tem expectativa de um aumento de 30% na comercialização.
Marcos Pereira, diretor editorial da Sextante, ressalta que a
Bienal funciona como uma alavanca para as vendas de Natal.
"O que vai acontecer lá em
dez dias, entre visitação e movimento de compra, é bacana
como feira. Mas a repercussão
externa é o que fica depois", diz
Pereira.
Luciana Villas-Boas, diretora
editorial da Record, aposta
suas fichas na estréia, em uma
bienal paulista, do selo infanto-juvenil Galera, com títulos como o oitavo volume da série
"Gossip Girl", de Cecily von
Ziegesar, e "Como Ser Popular", de Meg Cabot.
Neste ano, os livros do selo
correspondem a 20% do número total de exemplares à venda
-13,5 mil cópias de 116 títulos
para todo o grupo Record. A
editora salienta a importância
de lançamentos anteriores à
Bienal, como "Criança 44", de
Tom Rob Smith, livro semifinalista do prêmio Booker Prize
deste ano.
"Consideramos lançamentos
de Bienal todos os livros publicados entre 4 de julho e 22 de
agosto", diz Luciana, que também espera um aumento de
30% nas vendas, mas ressalta o
papel de vitrine da feira. "O objetivo maior é sempre mostrar
os títulos e conversa com livreiros. É praticamente um
momento único."
Ziraldo de saias
Paulo Rocco é outro que
aposta nos lançamentos infanto-juvenis, em especial o livro
"Fala Sério, Amiga", de Thalita
Rebouças, a quem ele chama de
"Ziraldo de saias". Rocco, que
estréia a editora Prumo na Bienal, com oito títulos, acredita
mais no poder de divulgação do
autor e de suas obras do que no
lado comercial da feira.
"O importante é que as pessoas vão lá, consultam os catálogos, ficam motivadas a irem
às livrarias depois. Nós investimos muito com locação, construção de estande, deslocamento de pessoal. É muito custoso e o retorno financeiro nem
sempre cobre", diz o editor.
Pela primeira vez, o grupo
Ediouro, que engloba também
as editoras Nova Fronteira e
Agir, não terá livros à venda.
"A gente acha que, cada vez
mais, as bienais não são um espaço privilegiado de vendas,
porque temos grandes redes, os
negócios estão fortes. A Bienal
é um lugar para falar de livros,
encontrar autores nos corredores e nos eventos", diz Leila Name, diretora de produção editorial da Nova Fronteira, que
traz dois autores para a Bienal:
a alemã Julia Franck, vencedora do Prêmio Deutscher Buchpreis por "A Mulher do Meio-Dia". E o americano Joshua
Ferris, que lança o romance "E
Nós Chegamos ao Fim".
NA INTERNET
www.folha.com.br/082261
leia mais sobre a 20ª Bienal na Folha Online
Texto Anterior: Começa venda para RC e Caetano em SP Próximo Texto: Feira terá descontos de 30% nos livros Índice
|