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Ator de tipologia oriental é pouco requisitado
ARTICULISTA DA FOLHA
"Por que a melhor amiga de
Maria Clara não pode ser uma japonesa?", pergunta Eda Nagayama, 33, atriz sansei formada em
teatro pela USP e pelo CPT (Centro de Pesquisa Teatral). Maria
Clara é Malu Mader, a protagonista da novela "Celebridade".
Exilados da TV brasileira, a não
ser em comerciais politicamente
corretos, dezenas de atores de origem japonesa, como Eda, atenderam ao convite da NHK para um
teste nesta semana. Eda disputa a
chance de atuar num dos 13 papéis disponíveis.
"Sou atriz desde 92, dei um tempo, desencanei, porque nunca
pintava um papel, só em publicidade. Alguns comerciais têm uma
preocupação étnica", diz.
Lina Agifu, nissei, atriz há cinco
anos, trabalha com o grupo São
Jorge de Variedades. Ela conta
que, por ter a pele morena, como
os descendentes do norte do Japão, fez testes até para filmes com
índios, como "Hans Staden".
Por que foi recusada? "Eles me
acharam muito "japa'", conta. Segundo ela, poucos diretores não
ligam para a tipologia dos atores:
"Muitas vezes, a solução é trabalhar em teatro e em grupos".
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