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ALDEIA GLOBAL
Ator do filme "Cidade de Deus" estréia em "Da Cor do Pecado"
Haagensen enfrenta Gianecchini
CLÁUDIA CROITOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DO RIO
A primeira grande mudança
na sua vida aconteceu quando
ele entrou para o teatro, aos 13
anos. A segunda, quando participou do filme "Cidade de Deus",
aos 19.
Agora, com 20, Jonathan Haagensen prevê: "Vai mudar muita
coisa. Não tem jeito, a TV entra
na casa das pessoas, elas vão ligar, e eu estarei lá".
Em janeiro, Haagensen (pronuncia-se "róguensen") estréia
em sua primeira novela. Estará
em "Da Cor do Pecado", nova
trama das sete, como Dodô, o
namorado da protagonista Preta
(interpretada pela atriz Thaís
Araújo), que se tornará rival do
galã Reynaldo Gianecchini.
"Agora estou começando a me
divertir no papel. Mas ainda fico
meio tenso", conta o ator, que segue o caminho já trilhado por
outros participantes do filme do
diretor Fernando Meirelles na
TV Globo, onde participou do
musical "Jovens Tardes" e esteve
em um episódio da microssérie
"Cidade dos Homens". "Mas novela é diferente, vou estar na TV
todos os dias."
Ator e pronto
Ele diz que não quer estar na
Globo como um "ator negro".
"Sou um ator e pronto, quero fazer mais que apenas papéis de
escravos ou empregados", diz.
Haagensen estudava e trabalhava como atendente em uma
locadora de filmes quando resolveu entrar para o teatro, influenciado por amigos do colégio. Começou a atuar com o grupo Nós
do Morro, até que foi descoberto
pela equipe de "Cidade de
Deus".
Hoje, ainda divide a fama com
o irmão, Phelipe, que também
atuou no longa. "Somos muito
parecidos. Às vezes as pessoas
me reconhecem na rua achando
que eu sou ele e vice-versa", diz o
ator.
Com o sucesso do filme, vieram os "privilégios", como ele
diz. Foi para o festival de Cannes
-"Foi demais. Tapete vermelho, Sharon Stone do meu lado"-, começou a trabalhar como modelo, virou garoto-propaganda da grife da NBA (liga americana de basquete) no país, o
que lhe rendeu viagens aos EUA
e festas com "astros".
Até de jantar com o ex-presidente FHC ele participou, após
uma exibição de "Cidade de
Deus" no Palácio do Alvorada.
"Foi muito maneiro. Jantei, tomei cafezinho, visitei a biblioteca...", conta.
Por causa dos compromissos,
Haagensen decidiu parar de estudar no meio do primeiro ano
do ensino médio. "Não dá tempo. Fiquei três anos no primeiro
ano, não conseguia acompanhar, faltava muito."
Com tantos trabalhos assim, já
deu para ganhar dinheiro? Ele ri.
"Essa parte a gente pula", diz o
ator, que continua morando
com a mãe no morro do Vidigal,
no Rio. "Não pretendo sair daqui, não".
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